#CG123: Invisível e essencial às famílias, setor de serviços é a base da economia campo-grandense
Setor é responsável por mais de 123 mil empregos diretos na Capital
Priscilla Peres –
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Nem comércio, nem agronegócio, nem construção civil. O setor de serviços é a base da economia de Campo Grande e está presente em todas as áreas. Este segmento difícil de mapear é na verdade gigante, sendo responsável por mais de 123 mil empregos formais e pagamento de impostos que ultrapassam os R$ 430 milhões ao ano.
O setor está presente na vida de todo mundo e é formado basicamente por pessoas que prestam algum tipo de serviço às empresas ou cidadãos. São aqueles bens intangíveis, mas essenciais para as famílias. Como por exemplo, serviços de beleza, sendo corte, tintura, manicure, onde não se paga por um produto.
Os serviços têm alta concentração e rotatividade de mão de obra. Por isso que, em sete meses de 2022, acumula saldo de 5.646 postos de empregos gerados em Campo Grande, mas com mais de 37 mil trabalhadores admitidos e outros 32 mil desligados no período.
O segmento de informações, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas tem o maior saldo de empregos, sendo 2.652. Apresenta grande rotatividade, com 18.840 contratados e 16.188 demitidos apenas neste ano na Capital.
10 mil empregos estão ligados aos serviços de asseio e conservação
Os serviços de asseio e conservação abrangem diversas atividades, mas a principal é a limpeza profissional. Este segmento é responsável por cerca de 10 mil empregos em Campo Grande e movimentação financeira de R$ 30 milhões ao mês. Com a pandemia, viu a demanda crescer 5% ao mês nesses dois anos.
Presidente do Sindicato da Empresas de Asseio e Conservação de MS, Daniel Amado Felicio afirma que como a atividade é essencial, a demanda é contínua e crescente. Há um esforço do segmento que fundou o Instituto Profac para capacitar e manter a mão de obra especializada e com qualidade técnica.
“O setor é muito organizado e conta com estrutura sindical e instrumentos coletivos de negociação há mais de trinta anos. As perspectivas futuras em relação ao crescimento são muito otimistas, com tendência de aumento na contratação por parte do setor privado e alto índice de confiança dos empresários”, afirma Daniel Felicio.
Turismo depende de eventos e mão de obra qualificada
Presidente do Conselho Municipal de Turismo, Marcelo Mesquita afirma que os serviços em turismo então em fase de ascendência em Campo Grande, porém o setor vê o crescimento com cautela. “O segundo semestre de 2022 está positivo em relação a 2019, estamos tendo bons eventos, que movimentam toda a cadeia do setor, mas seguimos cautelosos devido à inflação, aos preços altos das passagens aéreas e a possibilidade de novos picos da pandemia de Covid-19”, afirma.
Para ele, além da inflação que impacta diretamente na tomada de decisão de empresários e clientes sobre viagens, a falta de mão de obra qualificada é um empecilho para o crescimento do setor. “Conversamos muito sobre isso com o comércio, para que a gente não vá além da nossa capacidade de atendimento, para não gerar problemas. Basicamente temos muita dificuldade com o atendimento e isso inviabiliza sim o crescimento do setor”, conta.
Despachantes viram demanda crescer 20% com a pandemia
Em Campo Grande, 122 empresas são registradas no Conselho Regional dos Despachantes Documentalistas – cidade do Estado tem maior demanda pelo serviço devido ao trabalho vinculado ao Detran. Segundo o presidente do conselho, Sebastião José da Silva, a tendência do setor é digitalizar todos os processos, inclusive de venda de carros usados.
Além disso, ele explica que a profissão de despachante foi regulamentada e começa a exigir um curso de tecnólogo. “Somos despachantes documentalistas, mas a partir dessa regulamentação vai abrir muito o leque de serviços prestados pelo profissional. Estamos com uma grande expectativa para isso”, conta Sebastião.
Em Campo Grande, a média é de 15 mil documentos emitidos por mês, com tendência de crescimento devido ao aumento da profissão. Neste setor, a pandemia potencializou a demanda pelo serviço, que aumentou cerca de 20% desde 2020, além de acelerar a digitalização dos processos.
Serviços, um braço amigo do agronegócio
Mesmo em um estado considerado agropecuário, os serviços estão presentes em vários momentos do agronegócio. E Campo Grande concentra muitos dos serviços prestados ao setor, sendo os agrosserviços, que atendem os proprietários rurais em diversos segmentos.
Staney Barbosa Melo, economista do Sindicato Rural de Campo Grande, afirma que “o setor de serviços é visto como um braço amigo do setor agropecuário. Pela nossa Capital Morena passa boa parte da riqueza que o agronegócio gera no campo, sendo rota importante de comércio que interliga o mercado platino e os portos do litoral, levando mercadorias daqui para o mundo todo”.
No setor de serviços, existem, por exemplo, vagas de empregos que são geradas em virtude da relação que estes serviços têm com a atividade agropecuária, seja no setor de transporte, alimentos, seja no trabalho dos profissionais que atuam nos restaurantes, nos supermercados, nas pizzarias, nas hamburguerias, e em tantos outros espaços que o campo-grandense utiliza no seu dia a dia.
“E pra fechar, as perspectivas desse setor para o futuro são as melhores possíveis. O mundo espera que o Brasil atenda a maior parte da demanda mundial por alimentos nos próximos anos”, afirma o economista.
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