Aulas retornam em MS e especialista dá dicas de como manter produtividade das crianças

Superconectados, os alunos passaram longo período estudando em casa e agora precisam se adequar à rotina

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Cerca de 100 mil alunos da rede municipal retornaram para salas de aula.
Cerca de 100 mil alunos da rede municipal retornaram para salas de aula.

As aulas presenciais na rede pública e privada retornaram após dois anos de incertezas em Mato Grosso do Sul. Com a vacinação avançando, inclusive em crianças e adolescentes, os alunos retornaram às salas de aula e precisarão se adaptar à nova e velha rotina.

Em um período de superconexão, os alunos passaram longos períodos estudando e buscando lazer através dos aparelhos eletrônicos, como celulares, tabletes e computadores. Mas agora, como os pais podem organizar a rotina dos filhos e manter a produtividade nos conteúdos escolares?

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Funcionária da escola borrifando álcool na mão do aluno (Foto: Henrique Arakaki)

A terapeuta e psicopedagoga Glaucia Benini explica que a volta às aulas será um momento atípico para as crianças, que antes não tinham nenhuma restrição com os coleguinhas e, agora, necessitam manter distanciamento e uso de máscaras.

“Antes não havia uma preocupação com pegar um vírus, antes podiam compartilhar os materiais com os colegas, então muita coisa mudou e então, há muita coisa que reaprender. Fora que teve todo esse tempo em ensino remoto, que deixou muitas lacunas e quebras nas rotinas dos alunos, que será uma dificuldade inicialmente”, disse.

A especialista pontua que, no entanto, o formato da aula presencial favorece muito mais a rotina da criança e é mais fácil para se adaptar. Ela dá algumas dicas de como garantir a produtividade dos alunos.

Ela explica que é importante que os pais ou cuidadores acompanhem a rotina, que tenham bastante acolhimento nesse momento e um olhar mais profundo para a criança. É fundamental ver além do que ela está falando e observar como está a interação. “Observar se há regressão, se não há perda de apetite, perda de sono, observar o comportamento e se necessário, procurar ajuda profissional”, orientou Benini.

Benini afirma ainda que é importante os pais manterem uma rotina com horários definidos, como horário de fazer as tarefas da escola e em algum dia da semana ter um momento de lazer. “É muito importante ter um incentivo dos pais para que essas crianças elas possam voltar a tomar gosto por essa atividade é válido até o acompanhamento”, comentou.

Benini diz que é importante os educadores e a escola fortalecerem o contato social com as crianças na volta às aulas, além de todo o reforço de informações e orientações diante do vírus da Covid.

“É importante para ela poder interagir socialmente, que ela possa voltar até toda essa interação a reforçar laços de amizade de boas conversas e trocas de momentos agradáveis e aproveitar de todo esse ambiente recompensador e esse reforço social específico que a escola traz”, pontuou.

Protocolos mais flexíveis

As marcações no chão que indicavam o distanciamento necessário entre as carteiras no retorno presencial das aulas em Campo Grande no meio de 2021 ficaram no passado. O rodízio de alunos com redução da quantidade em sala de aula também. A volta às aulas na Reme (Rede Municipal de Ensino) na última quinta-feira (3) mostrou que protocolo está bem mais flexível.

Na ocasião, segundo a Sesau, 37.217 crianças de 5 a 11 anos se vacinaram com a primeira dose na Capital e 3.932 com a segunda. O número ainda não é metade do objetivo inicial do município, que queria chegar mais perto das 93 mil crianças dessa faixa etária que podem ser imunizadas.

Mesmo assim, alunos, pais e funcionários estão se sentindo bem mais seguros. O retorno das aulas em 2022 está sendo marcado justamente por esse sentimento de segurança maior. Das medidas anteriores, apenas o uso de máscara e a utilização do álcool em gel ao entrar na escola são obrigatórios. O aferimento de temperatura é facultativo, cada escola escolhe se vai usar ou não.

Na escola municipal Brígida Ferraz Foss, na Vila Jacy, que atende da educação infantil ao 9º ano, a disposição das carteiras está como sempre foi na fase pré-pandemia, uma ao lado da outra. “As crianças estão aceitando de forma bem tranquila”, disse a diretora Lara Fernandes Cardoso. 

No caso da escola Brígida, pelo menos por enquanto, a aferição de temperatura será realizada. Dentro das salas, em cada mesa dos professores, haverá um recipiente com álcool em gel para utilização tanto dos docentes quanto dos alunos. 

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