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Cotidiano

‘Três anos sem ver meu filho’: Mães são maioria no retorno de visitas a presídios em MS

As visitas estavam suspensas devido a pandemia da Covid-19
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com o coração cheio de saudade
com o coração cheio de saudade

Familiares de presidiários já voltaram com as visitas que foram retomadas gradativamente a partir desta quarta-feira (16). Com o coração cheio de saudade, alguns parentes dos detentos chegaram cedo, nesta manhã, na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da I. As visitações foram suspensas em janeiro, devido ao aumento de casos de Covid-19, ocasionados pela variante Ômicron. 

Preferindo não revelar o nome, uma idosa de 68 anos que não vê o filho há três ‘madrugou’ na fila para matar a saudade do caçula. “Ele não ficava em e eu não tinha como viajar para fazer as visitas. Depois logo começou a pandemia e eu não podia sair por causa da covid. Hoje eu estou aproveitando para dar aquele abraço nele. Sei que meu filho já fez coisas erradas, mas está pagando por isso e não precisa ser julgado. Todos os detentos têm família”, disse.

O reencontro não aconteceu com outra mãe que também não vê o filho há dois anos. Nesta manhã de quarta-feira, ela achou que conseguiria vê-lo, mas por chegar cinco minutos atrasada acabou sendo barrada e só vai ter a próxima oportunidade de reencontrar o detento daqui um mês.

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“Ele está preso há cinco anos, mas não ficava em Campo Grande. Estava muito feliz achando que conseguiria dar um abraço no meu filho, mas infelizmente não consegui porque cheguei cinco minutos após o horário de entrada da visita. Ainda tentei pedir para me liberarem, mas não consegui. Pelo visto o abraço vai ter que esperar mais um mês”, lamentou a mãe.

Esposas dos detentos também fizeram reivindicações. Conforme as mulheres, cada cela tem oito presos e elas são impedidas de levarem ventiladores, além de outros objetos. “Só produtos de higiene que a gente consegue. As celas têm pouca ventilação e é muito quente, principalmente nesses dias de calor. Eles não têm nem água gelada”, disse uma das visitantes de 40 anos.

Também esposa de um detento que está atrás das grades há seis anos, uma mulher de 43 anos, diz que poderiam fazer uma cobertura para os visitantes aguardarem o horário.

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“Aqui a gente enfrenta chuva, frio, sol e não tem uma cobertura. Muitas mães idosas, que fazem uso de medicação precisam visitar os filhos. As pessoas criticam que elas estão visitando, mas mesmo o filho fazendo algo errado uma mãe jamais o abandona.  Já teve casos de gente desmaiando por causa do calor insuportável”, explicou.

Retomada das visitas

Nesta quarta-feira (16), uma resolução foi publicada pela Agepen-MS (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário do Estado de Mato Grosso do Sul), a qual, diz que todo preso terá direito a receber um visitante por dia de visita, sendo duas visitações no período de 30 dias.

Porém, o visitante precisa ter mais de 18 anos, apresentar o comprovante de vacinação completa para Covid-19, respeitando-se o período de 15 dias após a aplicação da segunda dose ou dose única. Os visitantes não podem ter sinais e/ou sintomas relacionados com a Covid (estado febril, tosse, cefaleia, entre outros). Para visita, é preciso estar de máscara de uso pessoal e não estar portando roupas, produtos de higiene, materiais de limpeza e demais pertences.

A visitação ocorrerá do horário das 9h às 15h, em dias definidos pela direção de cada Unidade Penal, devendo ser informado aos visitantes, de modo a evitar aglomerações na portaria da Unidade.

O horário de visitação ocorrerá às quartas-feiras, nas Penitenciárias Estaduais Masculinas de Regime Fechado da Gameleira I e II, em Campo Grande e será feito em dois grupos de visitantes: o primeiro grupo, com entrada às 9h e saída às 11h30 e o segundo grupo, com entrada às 13h e saída às 15h30 conforme pavilhão a ser definido pelas direções destas.

Será permitida a entrada de alimento, especificamente para os visitantes, em vasilhames de plástico transparente, com capacidade de até dois litros, excetuando-se nas Penitenciárias Estaduais Masculinas de Regime Fechado da Gameleira I e II.

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