Após reforma, desnível em calçada causa acidentes com pedestres no Centro: ‘Vi a mulher sangrando’
O Jornal Midiamax recebeu várias reclamações sobre o local. Despercebidos, os passantes fazem o trajeto que estão acostumados e não percebem a elevação, quando, de repente, tropeçam e “saem resmungando”, segundo testemunhas.
Graziela Rezende –
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A mudança após a revitalização de um trecho da calçada, no cruzamento da Rua Dom Aquino com a 13 de Maio, no Centro de Campo Grande, está causando transtorno a pedestres. É que após a intervenção a calçada passou a contar com um desnível de aproximadamente 50 centímetros, pouco perceptível, e que acaba ocasionando acidentes – alguns graves, como ocorreu com uma mulher e um idoso, recentemente.
O Jornal Midiamax recebeu várias reclamações sobre o local. Segundo as pessoas que conversaram com a reportagem, pedestres que fazem o trajeto costumeiramente não percebem o desnível, de forma frequente. Uma delas, no entanto, se feriu de forma mais grave e precisou ser socorrida. Um idoso que também se machucou foi até o nosso encontro e contou o triste episódio.
“As pessoas estão caindo aqui direto e já faz um tempo que isso está acontecendo. Era reto e agora tem uma elevação, só que muitos passam direto. Eu machuquei a testa e o braço. Passo aqui todo dia, moro no prédio aqui em cima. O meu filho, que é médico também, veio me ver e com ele aconteceu a mesma coisa. Precisa tomar alguma providência”, comentou o aposentado Orlando da Silva Lemos, de 84 anos.
Vendedor lamenta acidentes e fala que trecho da calçada foi “algo muito mal feito”
O vendedor Robson Luiz, de 54 anos, conta que trabalha há 35 anos na região e acha o qualificou o resultado da obra, naquele trecho, como “algo muito mal feito”. “Eu presenciei um acidente recentemente aqui. Vi gente cair, também. No primeiro caso, os bombeiros vieram socorrer uma mulher. Logo que inaugurou, fui pra frente e tropecei. Eu era mais um que era acostumado a ir reto”, argumentou.
Já a vendedora Viviane Castilho Leme, de 22 anos, que fica em uma banca das proximidades desta calçada, lamentou os fatos e diz que presenciou o acidente com a mulher. “Eu vi ela sangrando, o socorro chegando, foi horrível. Agora, mais recentemente, também vi uma velhinha caindo e o marido a segurou, quando ela já estava de joelhos”.
A outra vendedora, que não quer ser identificada, complementa que atua há 6 anos em uma loja da região, sendo que questionou os trabalhadores, na época da construção, ouvindo dele que a elevação na calçada estava exatamente como previsto no projeto.
“Eles falavam que não tava errado, que fizeram porque estava no projeto, então, ao menos poderiam ter colocado um corrimão para as pessoas saberem da mudança”, disse.
Secretarias dizem que vão verificar a situação e notificar proprietário
Procuradas pela reportagem, a Sugepe (Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos) e a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informaram que “o desnível está no alinhamento do imóvel privado. Sendo assim, é de obrigação dele regularizar o desnível”.
Em nota, foi informado que o Programa Reviva Campo Grande executou a padronização apenas no que tange o espaço público. Desta forma, o desnível apresentado está no alinhamento que divide o público do privado, sendo assim, é de responsabilidade do privado regularizar o desnível.
Ainda conforme a assessoria da Prefeitura, equipes de fiscalização da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) vão ao local para verificar a situação, e eventualmente, notificar o proprietário.
Durante as obras, a Prefeitura também ressalta que foi necessário “baixar” o nível da calçada, assim como foi feito em todas as esquinas, para poder colocar as travessias de pedestres, na norma, com a inclinação correta, sendo de até 3% de inclinação na faixa transitável e 8,33% de inclinação na rampa de cadeirante.
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