Pular para o conteúdo
Consumidor Cotidiano

Aneel marca para terça-feira decisão sobre reajuste da Energisa na conta de luz em MS

Reajuste da conta de luz proposto pela Energisa não deve ser menor que 16%
Fábio Oruê -
Compartilhar
conta de luz energia energisa
Conta de luz em Mato Grosso do Sul (Foto: Nathalia Alcântara / Midiamax)

O reajuste da conta de luz em Mato Grosso do Sul deve ser decidido na próxima terça-feira (12) pela diretoria da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), já que a discussão do RTA (Reajuste Tarifário Anual) entrou na pauta da reunião do grupo nesta sexta-feira (8).

A discussão estava marcada para acontecer na última terça-feira (5), mas foi suspensa e adiada, a pedido da Energisa, concessionária que fornece eletricidade para a maior parte de Mato Grosso do Sul, para o dia 26 de abril.

O pedido foi embasado na vigência da bandeira escassez hídrica (nível mais alto de classificação), que, a princípio, acabaria em 30 de abril. Porém, o Ministério das Minas e Energia decidiu adiantar o fim da vigência para o próximo dia 16.

Com isso, a discussão será na próxima reunião da diretoria da Aneel. A expectativa é que os sul-mato-grossenses conheçam o novo valor do RTA na semana que vem, passando a valer a partir do dia 16, segundo a presidente do Concen-MS (Conselho de Consumidores das Áreas de Concessão da Energisa em Mato Grosso do Sul), Rosimeire Costa.

“A gente vai ter alguns dias em cima de 8,90% [atual índice] que não vai incidir os R$ 14,20, que é até o dia 16, mas o pedido da Energisa estava focado justamente nessa questão de escassez hídrica. Como o governo decidiu alterar para [bandeira] verde, ou seja, nenhum impacto, foi informado para nós e para o grupo que o reajuste vai ser examinado na terça-feira próxima agora”, contou Rosimeire ao Jornal Midiamax.

A reunião da diretoria começa às 8h (de MS) com transmissão ao vivo pelo Youtube da agência.

Conta de luz mais cara

O adiamento inicial seria para mitigar os efeitos do reajuste, já que a Energisa está pedindo um valor de dois dígitos, que não deve ser menor que 16%. Esse número é influenciado pela atualização do IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), que teve inflação acumulada nesse patamar.

Conforme Rosimeire, decidir o reajuste durante a vigência da bandeira tarifária máxima seria “impossível”, já que a conta de luz do consumidor iria chegar com reajuste de dois dígitos, os R$ 14,20 da bandeira escassez hídrica e os impostos e encargos do setor elétrico.

“Nós articulados isso e na terça-feira a gente apresentou o pedido lá [na Aneel]. Isso fez com que acendesse um sinal de alerta na agência: ‘Espera aí, de fato o consumidor vai pagar bastante’. Se já estava ruim em cima de 8,90%, que é um dígito, imagina de dois”, relatou ela à reportagem.

O Concen já havia feito um pedido à Justiça Federal, que deliberou a devolução de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado sobre a base de PIS e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) nos últimos anos. Esta deliberação já fará parte de redutor neste reajuste da conta de luz.

Famílias em vulnerabilidade social

Para Rosimeire, quem mais vai sentir esse reajuste na conta de luz são as pessoas em vulnerabilidade social, já que elas, atualmente não pagam o índice de R$ 14,20. Esse valor é absorvido pelas demais classes.

Ou seja, as unidades consumidoras que subsidiavam esse valor da conta de luz para os vulneráveis, vão somente passar a pagar pela alta anual. Entretanto, quem está em vulnerabilidade social não vai ter como se esquivar do reajuste de dois dígitos, sem nenhum subsídio.

Índice de dois dígitos e lucro de R$ 3,1 bilhões

Se for confirmado o aumento de 16% na conta de luz, o acumulado dos últimos cinco anos chegará a 54%. Ao mesmo tempo, os reajustes no salário mínimo somam apenas 26% — menos da metade. Os números da Energisa mostram que a empresa goza de boa saúde financeira.

Só ano passado, o lucro líquido total foi de R$ 3,1 bilhões. No último trimestre do ano passado, o lucro líquido foi de R$ 582,6 milhões — um acréscimo de 203,4%, comprovando que a energia é um bom negócio.

No começo do ano passado, em plena pandemia, a Energisa lucrou R$ 873,3 milhões só no primeiro trimestre — um crescimento de 50,1%. Já no segundo trimestre, esse mesmo lucro foi de R$ 749 milhões e no terceiro trimestre aumentou para R$ 863,9 milhões. As despesas operacionais da empresa estão cada vez menores, assim como a dívida líquida, enquanto a conta de luz aumenta.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados