Após 9 meses sem consultas, médico vai a aldeia e acaba em delegacia após confusão com indígenas

Após meses sem atendimento médico, os indígenas de quatro aldeias em Nioaque finalmente receberam um médico para realizar o serviço, nesta terça-feira (27). Porém, o que era para ser a salvação dos povos, acabou em confusão e o médico levado para a delegacia.

Segundo o vereador Sérgio Terena, de Nioaque, um médico foi designado pelo DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) para a aldeia Água Branca, após reunião com autoridades ligadas aos índios no MPF (Ministério Público Federal), em Campo Grande, a tarde de segunda-feira (26).

Porém, com uma fila de 11 indígenas, o médico atendeu 5 pacientes quando o problemas começou. “Ele começou a desrespeitar, agredindo mulheres, pacientes. Houve discussão calorosa”, contou Sérgio ao Jornal Midiamax.

A Polícia Militar foi acionada e o profissional de saúde está prestando depoimento na Delegacia de Polícia Civil de Nioaque. Um grupo de moradores da aldeia está na frente do local protestando enquanto aguardam para fazer uma representação contra o médico.

Saúde indígena precária

As aldeias Brejão, Água Branca, Taboquinha e Cabeceira, em Nioaque, estão há 9 meses sem médicos, há 2 sem dentista e há 4 semanas sem uma enfermeira padrão. Um grupo de 20 indígenas – entre representantes, caciques e autoridades – se reuniu no MPF (Ministério Público Federal) na segunda-feira.

Conforme representante do DSEI, Lucas Marot, são mais de 1,3 mil famílias nas 4 aldeias. Elas são dos povos Terena, Aty Guasu e Kinikinau. Caso a saúde das aldeias não foram ajustados, os indígenas pretendem protestar.