Além das bombas, alta da gasolina afeta custo operacional de comércios no Nova Campo Grande
Reflexo é sentido na hora de comprar um remédio ou material de construção
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É fato que encher o tanque de combustível está cada vez mais caro na Capital. Mas, além do impacto direto nas bombas, o reflexo desse aumento constante é sentido também nos custos operacionais dos comércios. No bairro Nova Campo Grande, na Avenida Nove, a natural consequência desse efeito é o aumento para o consumidor final, seja na hora de comprar remédio ou material de construção.
Sócio proprietário da JP Locações e Equipamentos, Gerson Neves Junior, de 22 anos, sentiu os custos de operação subirem significativamente, devido ao aumento contínuo dos combustíveis. “Nós locamos andaimes e betoneiras, e realizamos a entrega para os clientes. A gente se baseia muito nessa questão do preço do combustível para calcularmos a taxa de entrega. Do meio de 2021 para cá, a média semanal para abastecer subiu de R$ 300,00 para R$ 600,00”, explicou.
Como efeito dominó, o valor da entrega tem de ser repassado para o cliente, mas de uma forma que agrade os dois lados. “Subiu o combustível, automaticamente eu tenho que aumentar a taxa de entrega e o cliente acaba pagando um pouco mais. Sempre pedem aquele desconto. Às vezes, flexibilizamos, tentamos algo que fique bom para os dois lados”, detalhou.
Em uma farmácia da região, as entregas de moto são uma saída para quem não quer ir até o local. Com o aumento, alterar a taxa de entrega se tornou medida necessária.
“Por quatro anos, mantive o mesmo valor. Nós alteramos em novembro de 2021, agora varia entre R$ 2,00 e R$ 7,00 fora do bairro. No bairro nós não cobramos, mas acabamos prejudicados e o lucro acaba diminuindo”, explicou a farmacêutica Juliana Mantovani, de 33 anos.
Em relação ao valor gasto por mês com gasolina, a resposta segue a mesma linha. “Nas últimas semanas, o custo dobrou. Mesmo assim, ainda mantenho a taxa de entrega baixa”, finalizou.
Alta em materiais para construção
Do outro lado da Avenida Nove, na Macedo Materiais de Construção, a planilha de gastos com operação também aumentou significativamente. “Cada vez que tem um aumento no combustível, você tem que repassar para o cliente, porque tudo aumenta. Há um mês, o saco de cimento estava R$ 36,50, agora está R$ 39,50. A barra de ferro 4,2 mm saiu de R$ 12,50 para R$ 24,50”, detalhou a proprietária Celia Shiroma, de 50 anos.
Nesse segmento, o aumento dos combustíveis gera um impacto direto no preço final. “Tem coisas que você vende e não compra mais pelo mesmo preço, em dias. Nós repassamos esse aumento, caso o contrário, não conseguimos comprar os produtos e manter a entrega gratuita”, detalhou.
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