‘Ainda não é a hora’, pontuam profissionais da saúde sobre a suspensão do uso de máscara em ônibus
Município negou pedido do Consórcio Guaicurus para suspender obrigatoriedade do uso da máscara
Karina Campos –
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Tira ou põe a máscara? É uma recomendação ou ainda é obrigatório? Embora o cenário pós-pandêmico da covid, a pontuação legislativa quanto a dinâmica do uso da máscara continua em debate, como nesta sexta-feira (19), quando a Prefeitura de Campo Grande negou a suspensão da obrigatoriedade do uso do EPI (Equipamento de Proteção Individual) em ônibus. Profissionais da saúde acreditam que ainda não é hora de deixar o uso do item de lado.
Poucos locais e setores de Mato Grosso do Sul mantêm o uso da máscara obrigatório atualmente, levando em consideração a redução de casos e cronograma vacinal contra a Covid-19. Em março deste ano o Governo do Estado suspendeu a obrigação em todo território sul-mato-grossense, ou seja, o uso é recomendável e factual de decisão as prefeituras municipais. Em Campo Grande o uso é obrigatório em unidades de saúde, ônibus coletivos e instituições de longa permanência,
O enfermeiro e doutor em Infectologia Everton Lemos ressalta que ainda é cedo para deixar o uso obrigatório de lado, além disso, mesmo após um longo período de enfrentamento, ele acredita que o morador deveria ter mais conscientização sobre os autocuidados para evitar a contaminação.
“As doenças respiratórias, de uma forma geral, têm oscilação causada pelo tempo, por sazonalidades e etc. Campo Grande, por exemplo, tem baixas temperaturas em alguns momentos que expõe maior risco as pessoas que ficaram aglomeradas; o contato mais próximo aumenta as chances de infecção, por exemplo, da gripe ou até a Covid-19. A obrigatoriedade em locais fechados, principalmente nos ônibus e transporte coletivo, a aglomeração expõe muito mais a população para o contato respiratório”.
Outro ponto que o profissional salienta é do retorno nos períodos de surto e aumento de casos. “Se mais para frente não seja obrigatório, que a gente parta para o princípio dos casos que tenham no Estado ou cidade. A população pode fazer uso de forma preventiva, assim fazer o uso de hábitos aprendidos na pandemia, como higienizar as mãos, independente de uma legislação vigente, se que cuidem”.
Edna Castro Coutinho, auditora fiscal de Vigilância Sanitária explica que há um estudo municipal para qualquer mudança referente ao assunto, pois as cidades têm autonomia para decidir decretos de regulação sanitária. Além de atuar durante as fiscalizações na pandemia, ela também acredita que ainda é cedo para deixar a obrigatoriedade.
“Com tantas variantes, com novas doenças surgindo é temeroso e preocupante abolir o uso dessa proteção. Enquanto vigilância sanitária pensamos que ainda não é o momento”
Uso da máscara nos ônibus
O uso de máscaras no transporte coletivo de Campo Grande continuará obrigatório, conforme informou a Prefeitura Municipal, nesta sexta-feira (19), ao Jornal Midiamax. O Consórcio Guaicurus encaminhou, ontem (18), um ofício para a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito de Campo Grande) pedindo o fim do uso do acessório nos ônibus sob a justificativa que há brigas entre jovens e idosos.
“Muitos jovens não usam e os idosos cobram, porque é obrigatório ainda. Aí gera um atrito já por causa da questão. O motorista precisa parar, intervir. Tem acontecido bastante”, disse na ocasião o gerente executivo do Consórcio, Robson Strengari.
Em resposta ao Midiamax, a Prefeitura reforçou ainda o uso de máscaras para grupos mais vulneráveis à contaminação de Covid-19. “É recomendado também o uso para pessoas que fazem parte do chamado grupo de risco, como idosos e pessoas com comorbidades, bem aqueles que apresentam sintomas gripais”, informou o órgão.
As flexibilizações seguem gradualmente, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) retirou a obrigatoriedade das máscaras em aeroportos e durante os voos no Brasil, os passageiros em Campo Grande dividem opiniões sobre o item de proteção individual. A proteção obrigatória foi implementada em dezembro de 2020, durante o auge da pandemia do coronavírus no Brasil.
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