Os moradores que utilizam o transporte público de Campo Grande podem preparar o bolso, pois a tarifa, o “passe de ônibus”, poderá sofrer reajuste com a aproximação da data-base, em dezembro. Com a inflação e a alta no preço do combustível, a composição da tarifa será analisada e ao que tudo indica deve haver aumento. Atualmente o passe de ônibus custa R$ 4,20.

Conforme o prefeito (PSD), o reajuste anual da tarifa está previsto no contrato com o Consórcio Guaicurus e se baseia em quatro fatores: a inflação, o óleo diesel, o salário dos motoristas e a variação na quantidade de passageiros que utilizam o transporte coletivo.

“Quem avalia esses componentes são os técnicos, são os peritos que analisam e me mandam um número. Aí eu tenho duas alternativas: eu acompanho aquele número ou não acompanho. Se eu não acompanhar, eles [Consórcio Guaicurus] entram na Justiça, porque é algo previsto no contrato”, disse o prefeito.

O acontece anualmente e as tratativas são feitas entre a (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) e o Consórcio Guaicurus. O anúncio da definição deverá ser publicado em Diário Oficial em dezembro.

Muita gente, pouco ônibus

Há quase um mês, o transporte público de Campo Grande determinava o fim da capacidade reduzida em 70% de passageiros devido à pandemia, mas com a lotação liberada, muitos passageiros reclamaram haver muita gente para pouco ônibus.

Vilma Grego, de 64 anos, contou que nos terminais antes não entravam todos os passageiros que formavam a fila, tinha o limite. Porém, agora, entra até o último da fila. “O transporte coletivo é sempre um sacrifício, não estão nem aí para nos dar conforto, apenas pensam em aumentar a passagem”, criticou a passageira na ocasião. 

A agente de asseio e conservação, Tatiane Tiburcio, de 33 anos, disse que chega a gastar seis passes por dia diante da medida de ter que embarcar nos terminais pela porta dianteira. Com a entrada pela porta de trás, a economia é esperada. No entanto, ela critica a liberação da lotação máxima dos ônibus e a pouca quantidade de veículos disponíveis.

“É difícil ter que pagar seis passes por dia, é uma coisa que não tem cabimento, está péssimo. A gente paga aluguel, acorda cedo, pelo menos tinha que melhorar o transporte”, pontuou.

Maria de Fátima é cozinheira, trabalha na região central e não concordou com a medida de liberar 100% da capacidade de lotação dos ônibus. “É difícil, anda muito cheio e na pandemia não era para estar desse jeito”, disse.