Vacina aprovada para crianças pode ajudar a conter variante Ômicron em MS, diz especialista
Especialista aponta que países com Ômicron registraram aumento de casos e internações de crianças; em MS, público corresponde a 19% da população
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Depois de muita espera, a vacinação contra a covid foi aprovada para crianças de 5 a 11 anos nesta quinta-feira (16) e a medida pode ter chegado na hora certa: a tempo de evitar a disseminação da variante Ômicron em Mato Grosso do Sul. A área técnica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a aplicação da Pfizer em crianças e a dosagem será menor do que a utilizada em adolescentes.
A autorização foi concedida com base em informações que estão disponíveis até o momento. A Anvisa orienta que a dose destinada ao público de 5 a 11 anos deve ser correspondente a um terço da formulação da Pfizer utilizada no Brasil, até então para o público de 12 anos ou mais. A Agência aponta que a formulação dos adultos não pode ser utilizada de forma diluída. Confira as diferenças:
A autorização para vacinar crianças é importante e veio em boa hora, quando o Brasil começa a registrar casos da variante Ômicron. O infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Julio Croda, afirma que a vacinação em crianças pode, sim, ajudar a conter a nova variante.
“Na África do Sul, [um dos primeiros países a anunciar nova cepa] aumentaram os casos entre crianças. Nos Estados Unidos, mesmo sem a Ômicron, também aumentou o percentual de crianças hospitalizadas [por covid]”, pontua. Em Mato Grosso do Sul, foram cinco bebês mortos pelo coronavírus ao longo da pandemia. Além disso, mais 9 crianças de 1 a 9 anos também morreram por conta da doença em MS.
Dados do Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que são 476,6 mil crianças de 5 a 11 anos em Mato Grosso do Sul, sendo 138,5 mil somente na capital Campo Grande. É importante ressaltar que o último censo foi realizado em 2010, portanto o número pode ter alterações. O quantitativo do público de 5 a 11 anos a ser vacinado representa 19,4% da população sul-mato-grossense.
Sem vacina, crianças poderiam ser vetores da covid
As aulas totalmente presenciais na rede estadual de Mato Grosso do Sul já voltaram, mas o retorno às escolas municipais em 2022 tem preocupado pais em Campo Grande. A cautela vem do fato de que o público-alvo na Reme (Rede Municipal de Ensino) é de crianças menores, que estão no ensino infantil e primeiros anos do ensino fundamental. Enquanto na rede estadual o público-alvo é de adolescentes, que já foram contemplados pelo calendário de vacinação contra covid.
O infectologista Rodrigo Nascimento Coelho explica que, sem vacina, as crianças pequenas poderiam se tornar os principais vetores do vírus na pandemia. Elas poderiam levar a covid para os idosos em casa, que têm baixa de anticorpos, mesmo vacinados.
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