Com mais de 345 mil pessoas vacinadas com a terceira dose da vacina contra a Covid-19, o Governo do Estado e as secretarias municipais seguem ampliando o público para receber a dose reforço. Após completar o ciclo vacinal com a 1ª e 2ª dose, algumas pessoas estão com dúvida se poderão escolher qual vacina tomar na 3ª dose. O Jornal Midiamax foi em busca dessa resposta. 

Conforme a (Secretaria Municipal de Saúde), isso não é possível.  O morador deverá tomar a dose que estiver disponível. Porém, a definição é para quem tomou a vacina da mesma fabricante na primeira e segunda dose, deverá tomar a terceira dose de uma marca diferente. 

Em Mato Grosso do Sul, a tem sido destinada como preferência para a terceira dose, tanto para quem tomou AstraZeneca ou CoronaVac, realizando assim, a intercambialidade da vacina. A orientação é do Ministério da Saúde, porém a AstraZeneca também tem sido usada da terceira dose. 

Atualmente, na Capital, as pessoas com 25 anos ou mais, que tomaram a segunda dose até o dia 24 de julho, já podem receber a terceira dose da vacina. Em Campo Grande, já foram aplicadas mais de 136 mil doses de vacina para a dose 3.

Benefícios da heterologia

Conforme publicado pelo Jornal Extra em setembro — poucos dias após o início da vacinação da terceira dose em Campo Grande — a literatura médica recente indica benefícios da mistura de vacinas, a chamada vacinação heteróloga. Um estudo espanhol publicado na revista “The Lancet” chama atenção para o aumento da resposta imunológica contra a Covid-19 observado em quem tomou a primeira dose da vacina da AstraZeneca e a segunda da Pfizer.

Realizado com 663 voluntários de 18 a 59 anos, ele apontou eficácia de três a quatro vezes maior do que o da vacinação homóloga (com doses do mesmo imunizante, qualquer que seja). Outra pesquisa, conduzida pela Saarland, na Alemanha, com 250 profissionais de saúde, mostrou que a combinação de diferentes imunizantes garantiu eficácia até dez vezes maior.

A intercambialidade de vacinas é um termo usado para a mistura de marcas e pode ser um poderoso aliado na proteção dos idosos. Além de menos suscetível à proteção das vacinas, a população da terceira idade perde mais rapidamente a imunidade conferida por imunobiológicos.

Segundo especialistas, essas características podem estar contribuindo para uma preocupante retomada no número de óbitos por Covid-19 entre pessoas de 60 anos ou mais, descrita em estimativas recentes da Fiocruz.

Pandemia em MS

Mato Grosso do Sul soma 378.359 casos de Covid-19, com 95 novas confirmações nesta quarta-feira (24). Os registros são referentes aos últimos dois dias, já que o boletim não é mais divulgado diariamente. Foi registrada mais uma morte, conforme boletim epidemiológico do coronavírus da SES (Secretaria de Estado de Saúde). MS tem uma média móvel de 96,6 infectados e 1,4 morte por dia.

Os dados do boletim têm mostrado um aumento na média móvel de casos no Estado. Enquanto a média atual é de 96,6 casos diários, a média de três semanas atrás era de 49 casos — um aumento de 97,14%. Ou seja, em três semanas a média móvel praticamente dobrou. Na segunda-feira (22), a secretária Crhistinne Maymone já havia chamado a atenção para a escalada da doença. “A ciência já demonstrou que a vacina tem eficácia. Mas, se você demora, não toma 2ª ou a 3ª dose, os casos vão aumentar. Se você quer que mantenha a vida normal, tome a vacina”, orientou. 

Com novo óbito, o total de vítimas fatais em MS chega a 9.677 mortes desde o início da pandemia. A morte foi registrada em Anastácio, em um paciente de 75 anos com doença cardiovascular crônica.

A SES também destacou que MS já contabiliza um total de 1.104.633 casos notificados, dos quais 726.050 foram descartados. Há 121 testes em análise no Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) e 103 casos sem encerramento pelos municípios.