A vacinação da 3ª dose em idosos começou em no último dia 26 de agosto, imunizando pessoas que tomaram duas doses da Coronavac com nova dose da Pfizer. Até agora, o estado já tem mais de 8 mil pessoas imunizadas com a 3ª dose contra a Covid, conforme o vacinômetro da SES (Secretaria de Estado de Saúde).

Combinando a fabricante americana com a fabricada no Instituto Butantan, somente em Campo Grande já foram mais de 1,2 mil pessoas imunizadas. Conforme explicou a (Secretaria Municipal de Saúde), a orientação de aplicação da Pfizer como terceira dose partiu do Ministério da Saúde.

“A orientação feita pelo Ministério da Saúde é que fossem aplicadas, para a realização do reforço vacinal, somente doses do imunizante fabricado pela Pfizer, ou seja, independentemente de qual seja a vacina que foi feita nas duas primeiras doses, será aplicada esta outra plataforma”, disse em nota.

Apesar de ainda não ter nenhuma pesquisa científica comprovada para eficácia desta combinação, a intercambialidade de vacinas tem sido fruto de estudos. De acordo com reportagem do O Globo, um novo estudo que avalia o uso da CoronaVac com a AstraZeneca apresenta mais indicativos de que a combinação de imunizantes contra Covid-19 de diferentes plataformas pode ser positiva a quem recebe as agulhadas.

A publicação mostra que a inoculação com o esquema CoronaVac, em combinação com o imunizante da farmacêutica AstraZeneca produz quase quatro vezes mais anticorpos neutralizantes que o esquema com duas doses de CoronaVac e pouco mais de três vezes mais do que duas doses de AstraZeneca. É importante dizer que esse estudo avalia o esquema com duas doses e não o chamado “reforço”. A reportagem completa pode ser acessada aqui.

70% das vacinas para 3ª dose

Assim que a vacinação da terceira dose começou em MS, a SES explicou que 70% das doses da Pfizer encaminhadas ao estado seriam destinadas à aplicação da dose 3 nos idosos e os adolescentes ficaram com os outros 30%.

Benefícios da heterologia

Conforme divulgado pelo Jornal Extra, a literatura médica recente indica benefícios da mistura de vacinas, a chamada vacinação heteróloga. Um estudo espanhol publicado na revista “The Lancet” chama atenção para o aumento da resposta imunológica contra a Covid-19 observado em quem tomou a primeira dose da vacina da AstraZeneca e a segunda da Pfizer.

Realizado com 663 voluntários de 18 a 59 anos, ele apontou eficácia de três a quatro vezes maior do que o da vacinação homóloga (com doses do mesmo imunizante, qualquer que seja). Outra pesquisa, conduzida pela Saarland, na Alemanha, com 250 profissionais de saúde, mostrou que a combinação de diferentes imunizantes garantiu eficácia até dez vezes maior.

A intercambialidade de vacinas é um termo usado para a mistura de marcas e pode ser um poderoso aliado na proteção dos idosos. Além de menos suscetível à proteção das vacinas, a população da terceira idade perde mais rapidamente a imunidade conferida por imunobiológicos.

Segundo especialistas, essas características podem estar contribuindo para uma preocupante retomada no número de óbitos por Covid-19 entre pessoas de 60 anos ou mais, descrita em estimativas recentes da Fiocruz.