Sem casos da variante Ômicron em MS, Saúde alerta fronteira a intensificarem testagem e vacinação

SES também recomenda que moradores continuem com as medidas de biossegurança e mantenham vacinação em dia

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Com a confirmação da nova variante Ômicron do coronavírus nos 5 continentes, o Brasil teve o primeiro caso confirmado nesta quarta-feira (1º) em São Paulo. Apesar de não ter nenhum caso suspeito da variante em Mato Grosso do Sul, a Saúde recomendou medidas à região de fronteira do Estado.

Conforme a SES (Secretaria de Estado de Saúde), um alerta foi emitido intensificando a Vigilância em Saúde nos 79 municípios do Estado, principalmente os municípios que fazem fronteira com outros países, como Paraguai e Bolívia.

“Embora não há registro [da Ômicron] no Estado, a recomendação é que os municípios orientem a população quanto ao acesso à testagem, principalmente, nas regiões de fronteira. É importante que a população também conclua ou inicie o esquema vacinal contra a Covid-19”, disse a secretaria em nota, pedindo para aqueles que ainda não se vacinaram, tomem a dose do imunizante.

A secretaria também pontua que os moradores prossigam com as medidas de biossegurança, assim como o uso de máscaras, higienização das mãos com frequência e evitem as aglomerações.

Barreiras sanitárias em Campo Grande 

A SES não pontuou se haverá a necessidade de barreiras sanitárias nas cidades de MS devido à nova variante do coronavírus. No entanto, Campo Grande voltará a instalar barreiras sanitárias no aeroporto e na rodoviária. O objetivo é testar contra covid e monitorar passageiros vindos, principalmente, da Europa e São Paulo. 

De acordo com o prefeito Marquinhos Trad (PSD), ainda não foi definida a data nem detalhes operacionais de como irão funcionar essas barreiras, mas a implementação deve ocorrer em breve.

Ainda em relação aos cuidados contra a possível chegada da Ômicron, Marquinhos descartou a liberação do uso de máscaras em Campo Grande. “Não é mais momento para discussão sobre a retirada do uso de máscara, que é a medida protetiva mais eficiente e mais barata que temos”, declarou.

Conforme o prefeito, o secretário municipal de saúde, José Mauro Filho, está em Brasília para coletar mais informações sobre ações para enfrentamento da variante Ômicron. “Estamos acompanhando o cenário dessa nova variante. A cada dia chegam novas informações mais graves no planeta”, completou Marquinhos, citando países da Europa que determinaram o fechamento do comércio para frear a transmissão do vírus.

1º caso da Ômicron no Brasil

O casal diagnosticado com a variante Ômicron do coronavírus em São Paulo foi vacinado contra a covid-19, informou nesta quarta-feira (1º), a Prefeitura da capital paulista. Com a confirmação dos casos nesta terça-feira (30), os dois — um homem de 41 anos e uma mulher de 37 — tornaram-se os primeiros a serem identificados com a Ômicron não só Brasil, mas em toda a América Latina.

Nesta terça, ainda não se sabia se o casal tinha sido vacinado, visto que não havia registros de terem recebido vacina no Brasil. Conforme a Prefeitura de São Paulo, porém, o casal recebeu o imunizante da Janssen na África do Sul, local em que a variante foi descoberta e de onde ambos desembarcaram no dia 23 de novembro. A pasta acrescentou ainda que o homem e a mulher estão sendo monitorados por profissionais de saúde.

Vale lembrar que a infecção pela covid-19 por pessoas que já foram vacinadas com duas doses ou dose única não demonstra ineficácia da vacina. O objetivo principal dos imunizantes é evitar a ocorrência de casos graves e diminuir, portanto, a taxa de óbitos pela doença.

A partir do início desta semana, na tentativa de conter o espalhamento da variante Ômicron, que já foi identificada em todos os continentes, o Brasil fechou as fronteiras para passageiros vindos do sul da África. A medida tem feito brasileiros pedirem ajuda ao consulado para repatriação.

Conforme mostrou o Estadão nesta quarta, a descoberta da variante Ômicron expõe o risco de a África ter cerca de 90% de não vacinados — o que eleva as chances de surgirem novas versões do vírus, alertam especialistas. Oito em cada dez nações africanas não conseguiram imunizar nem 20% da sua população.

No caso específico da África do Sul, dados da plataforma Our World in Data apontam que 28% da população do país recebeu ao menos uma dose de vacina contra covid e 24% das pessoas possuem esquema vacinal completo. No Brasil, por exemplo, ambos os índices estão acima de 60%.

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