Diferente do que se acreditava antes, as consequências do coronavírus podem perdurar por meses, mesmo com o fim do período de infecção no paciente. Com mais de 255 mil pacientes recuperados da doença em Mato Grosso do Sul, a chamada síndrome pós-covid tem levado cada vez mais pessoas a procurarem um check-up. Os sinais são diversos, mas sintomas como a dificuldade para respirar acendem o alerta, já que síndrome pós-covid pode levar à mais temida das sequelas: a fibrose pulmonar. A doença não tem cura e o paciente pode ter falta de ar pelo resto da vida. 

Os pacientes podem apresentar sintomas pós-covid por até 90 dias depois de se recuperarem da doença. Porém, a recomendação dos especialistas é que os pacientes busquem um médico o quanto antes, para evitar a chance de uma sequela definitiva. 

O pneumologista Ronaldo Perches Queiroz explica que têm sido comuns casos de pacientes que apresentam queixas mesmo depois de serem curados do coronavírus. Isto acontece porque a doença causa um processo inflamatório em todo o corpo. Ele explica que a principal preocupação é com as queixas respiratórias, quando o paciente apresenta fadiga, fôlego curto e dificuldade para respirar. 

Quais os sintomas pós-covid? 

Os pacientes podem apresentar uma série de sintomas após serem infectados pelo coronavírus, desde dores de cabeça até uma síndrome do pânico. A pneumologista Amanda Almirão Alves explica que os pacientes podem ter dores de cabeça, tontura, turvação visual, disfunção cognitiva como o esquecimento, perda do olfato e paladar, distorção dos gostos, dormência ou formigamento de mãos, zumbido nos ouvidos, dores musculares e dores no corpo em geral, fadiga, falta de ar, ansiedade, insônia e medo excessivo. 

Contudo, os sintomas que mais preocupam são os respiratórios. Segundo pneumologistas, a inflamação provocada pelo coronavírus pode levar a sérias sequelas. A mais grave é a fibrose pulmonar, uma doença sem cura. 

O que é a fibrose pulmonar? 

As consequências da infecção pela são variadas, mas o pneumologista Ronaldo Perches reforça que os pulmões geralmente são os órgãos mais afetados. Com a inflamação causada pelo vírus no pulmão, o caso pode evoluir para a fibrose pulmonar. O médico explica que a fibrosa é a mais temida das sequelas, pois não há cura e o paciente pode ter que lidar com as consequências da doença pelo resto da vida. 

A fibrose pulmonar é uma doença causada pela lesão e cicatrização do tecido dos pulmões. Com a cicatrização, o tecido que envolve os alvéolos engrossa e compromete a função pulmonar no paciente, ou seja, ele tem dificuldade para respirar. “Pacientes que tiveram comprometimento pulmonar podem evoluir com fibrose, tendo lesão irreversível, com queda da sua capacidade respiratória até o fim da vida”, ressalta.

Quais os tratamentos? 

Para evitar que a inflamação no pulmão evolua para a fibrose, o pneumologista pode indicar tratamentos. O pneumologista Ronaldo Perches explica que existem tratamentos multidisciplinares e medicamentos que vão ajudar o paciente.

Dependendo dos sintomas após a covid, os tratamentos podem ser diversos e só o médico pode orientar. “Há tratamento medicamentoso, fisioterapia respiratória e motora, exercícios físicos, boa alimentação, higiene do sono e acompanhamento psicológico”, diz a médica Amanda Almirão.

O médico Ronaldo Perches ressalta que o acompanhamento de um fisioterapeuta também é muito importante. “A fisioterapia tem papel fundamental no tratamento dos pacientes com comprometimento pulmonar no pós-covid. Com exercícios respiratórios específicos, os fisioterapeutas colaboram de forma decisiva com o tratamento na recuperação e reabilitação dos pacientes”, afirma. 

Caso o paciente tenha evoluído para a fibrose pulmonar, o caso não tem cura, mas também há tratamentos, que vão desde medicamentos, suplementação de oxigênio e reabilitação da respiração. Tudo isso mostra a importância de procurar atendimento médico logo após ser infectado pelo coronavírus.