Protetores e associações alertam motoristas para o risco de atropelamento de animais que fugiram de grande incêndio no Parque dos Poderes em Campo Grande. As chamas se iniciaram no período da tarde de quinta-feira (19) e os bombeiros continuam com o trabalho de rescaldo na manhã desta sexta.
Conforme Neiva Guedes, diretora do Instituto Arara Azul, animais estão andando pela cidade para fugir do fogo e o risco de atropelamento é grande. “Fica o alerta para motoristas irem com calma para evitar atropelamento”, alerta.
A bióloga explica que os bichos ficam desorientados pela fumaça e pelo estresse causado pela situação. “Deve estar havendo [animais pelos bairros] como quatis, catetos, capivaras, antas e tamanduás”, explica.
E o alerta não se restringe apenas à área do Parque dos Poderes, uma vez que os animais podem percorrer quilômetros em busca de um novo habitat. “Não dá para saber [quantos km podem percorrer]. O alerta veio pelo conhecimento que temos com incêndios no Pantanal“, pontuou.
Área ao lado da TVE também foi atingida pelo grande incêndio no Parque dos Poderes – Foto: Reprodução
O alerta disparado nas redes sociais orienta a população a entrar em contato com o CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), caso encontrem algum animal desorientado nas ruas. O número é o 3357-1500.
O veterinário responsável no CRAS, Lucas Cazati, informou ao Jornal Midiamax que não recebeu animais resgatados dos incêndios ou denúncias de animais ‘perdidos’ pelas ruas de Campo Grande, mas reforçou o alerta para que a população entre em contato, caso se depare com um bicho.
O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) informou que o CRAS acompanha a situação e está pronto para auxiliar os animais, mas que ainda não recebeu pedidos de resgate.
Tragédia no Pantanal
No ano passado, os incêndios que destruíram cerca de 4,4 milhões de hectares no Pantanal de Mato Grosso e MS também matou animais.
Vários grupos de voluntários iniciaram trabalhos para resgatar animais feridos nos incêndios ou que ficaram sem habitat. “Houve uma perda muito grande e de todos os grupos”, explicou o biólogo José Milton.
O CRAS de Campo Grande foi o principal ponto de apoio para o resgate de animais vítimas dos incêndios que devastaram o Pantanal no ano passado. Vários animais foram resgatados e os mais graves encaminhados ao local, onde passaram por reabilitação. Vários não resistiram e morreram no local.
A situação mobilizou ONGs e voluntários de várias partes do país para auxiliar no resgate dos bichos pantaneiros.