Com a volta das aulas presenciais nas escolas de Mato Grosso do Sul, as papelarias e lojas de materiais escolares já estão se preparando para voltar com tudo no ano letivo de 2022 — que vai começar com os alunos dentro das salas de aula. O setor foi afetado com o ensino remoto, que ocasionou a baixa nas vendas de materiais.

Não voltaram só as aulas presenciais, mas a esperança dos também. “Essa é a última que morre”, disse Jorge Fernandes, gerente de uma papelaria, na Rua Dom Aquino, em Campo Grande. Ele explicou que está um pouco temeroso por conta da ameaça de uma nova onda da covid-19.

“Nós estamos há quase cinco anos trabalhando com empecilhos. Primeiro foram as obras da primeira etapa do Reviva, que deu uma baixada no movimento. Depois mais dois anos de pandemia. Agora mais obras. Se voltar [no ano que vem] 80% do que era já está bom. É o que esperamos”, comentou ele com o Jornal Midiamax.

Indicativos 

Para o gerente Edgar Rocha, de uma papelaria na Avenida Calógeras, há alguns indicativos que a loja está levando em conta para prever uma melhora nas vendas no começo do ano que vem. “A indústria tem vindo com mais novidades, com diversidade, coisa que ano passado não teve por conta da pandemia. Esse ano as coisas estão convergindo para uma melhora”, explicou à reportagem.

Outro fator importante é o hábito do cliente, o que ele chama de consumidor de novembro, que se adianta para comprar os materiais dos filhos já no final do ano. “Esse tipo de cliente tinha sumido ano passado, mas nós percebemos que eles estão voltando nesse ano. Já preparamos o estoque com antecedência para receber eles”, contou Edgar. 

Hábitos de Consumo

Marinheira de primeira viagem, a dona de casa Tainara da Cunha, de 32 anos, se adiantou para comprar os materiais escolares dos filhos — um casal de 4 anos. “Eu estou andando nas lojas e pesquisando pelo melhor preço antes de comprar”, disse ao Jornal Midiamax.

Tainara se adiantou para comprar os materiais dos filhos. (Foto: de França/ Jornal Midiamax)

 

Segundo Jorge, pelo que ele já presenciou com o movimento da loja, esse deve ser o perfil dos clientes, que pesquisam e optam pelo menor preço. “Muita coisa vem da e o dólar está caro. Isso acaba influenciando nos preços. Então, o pessoal está comprando o mais barato; estão bem mais controlados com os gastos”, observou ele. 

Porém, as indústrias e as próprias papelarias ainda investem no imaginário das crianças para conseguir faturar com o começo das aulas. Desde cadernos com capas de personalidades e desenhos animados até marca-textos e borrachas com formatos diferentes já estavam nas vitrines e gôndolas nas lojas de materiais escolares. 

Jogos e heróis nos cadernos são chamariz para as crianças. (Foto: Leonardo de França/ Jornal Midiamax)