Pular para o conteúdo
Cotidiano

Muito cedo para a 3ª dose? Saúde de MS reforça que proteção da vacina diminui a partir do 4º mês

Para quem achou que o Estado estava muito adiantado, especialista alerta: é importante tomar a dose de reforço a tempo das festas de fim de ano
Arquivo -
Fiocruz aponta que taxa de atraso em MS é de 14%; taxa nacional fica em 11%.
Fiocruz aponta que taxa de atraso em MS é de 14%; taxa nacional fica em 11%.

A pouco mais de um mês para o Natal, aumenta a preocupação com a transmissão do coronavírus diante da retomada das festas de fim de ano e grandes reuniões em família. A 3ª dose foi liberada para toda a população a partir de 18 anos e o intervalo foi reduzido para quatro meses em Mato Grosso do Sul. Diante do cenário, muitos têm se perguntado se o Estado não estaria adiantado demais na D3. Especialistas garantem que não há problemas em tomar a dose de reforço com o intervalo de quatro meses, muito pelo contrário. 

Em , o calendário já começa a chamar pessoas de 30 anos ou mais para a 3ª dose. No interior, já existem cidades que convocaram os jovens de 18 anos para tomar o reforço. Apesar da agilidade no calendário, é possível perceber nos comentários nas um certo receio em tomar uma nova dose tão cedo.

“É muito cedo para tomar a vacina de novo?” é a principal dúvida da população. A dúvida surge porque as informações que foram divulgadas anteriormente indicavam uma queda da resposta do organismo à covid a partir do sexto mês. 

Em nota, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) reforçou que estudos científicos já apontam uma redução na proteção do imunizante a partir do quarto mês. Sendo assim, a aplicação da dose de reforço é indicada. “Com objetivo de prevenir novos episódios e diante da disponibilidade de doses de vacinas em estoque, a Secretaria de Estado de Saúde realiza a aplicação da dose de reforço na população a partir de 18 anos com quatro meses da última aplicação”, ressaltou. 

E para quem se impressionou com a velocidade que o calendário tem chamado as pessoas para 3ª dose nos municípios, a explicação é simples: a baixa demanda. O secretário estadual de saúde Geraldo Resende demonstrou preocupação com a baixa cobertura da dose de reforço entre idosos. Diante da pouca procura, as doses acabaram sobrando nos freezers.

“Parece que a população acha que tudo acabou, quando nós já temos fortes indícios de que é possível uma nova onda. Precisamos pegar como exemplo os países europeus que já estão fazendo novo lockdown”, explicou. 

Imunidade contra covid começa a baixar a partir do quarto mês. (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

 

Especialista recomenda tomar 3ª dose antes do período festivo

O infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Julio Croda, também aponta que apesar da recomendação do Ministério da Saúde de um intervalo de cinco meses, não há problemas em iniciar o reforço com quatro meses de intervalo após a 2ª dose. Para o médico, é importante que as pessoas garantam o reforço na imunização a tempo da época mais festiva do ano. 

“Vamos preparar o Estado e a cidade de Campo Grande para um eventual aumento após as festas de fim de ano e Carnaval. Teremos que ter imunidade de rebanho até lá, para que possamos ter menos impacto em termos de hospitalização e óbitos”, argumenta. 

Croda afirma que mesmo a população mais jovem pode tomar a 3ª dose, desde que esteja com o intervalo de quatro meses. Porém, ressalta que a dose de reforço é ainda mais importante para as pessoas na faixa etária de 40 a 60 anos. Pessoas nesta idade devem correr para os postos assim que puderem. 

“Se mantermos uma boa cobertura de esquema completo e dose de reforço até os 40 anos, teremos mais segurança no futuro, em um eventual aumento de casos no e em Mato Grosso do Sul em 2022”, explica o infectologista. 

Para o especialista, o poder público está fazendo a sua parte disponibilizando as doses para o reforço vacinal. Agora, cabe à população fazer a tarefa de casa: comparecer aos postos de saúde. 

Qual a perspectiva para doses em 2022? 

Para quem está com medo de faltar novas doses no ano que vem, as perspectivas são positivas — pelo menos é o que diz o Ministério da Saúde. A pasta está negociando a compra de mais 220 milhões de doses dos laboratórios e Astrazeneca para 2022. O valor a ser pago ainda não foi definido, mas o Ministério explica que as doses a serem compradas se somam às 134 milhões de doses remanescentes deste ano. 

Em resposta ao Jornal Midiamax, a SES explicou que, desde o início da pandemia da Covid-19, o PNI (Programa Nacional de Imunização) tem enviado constantes remessas de imunizantes a fim de mitigar o coronavírus. “Espera-se que o Ministério da Saúde apresente um novo calendário com esquema vacinal a partir de 2022 contra Covid-19”, informou. 

Na última semana, o ministro ainda citou o caso da vacina da Pfizer que, com a parceria com a Eurofarma e a capacidade da Fiocruz, pode fabricar vacinas com IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo) nacional. 

“Nós temos a Fundação Oswaldo Cruz já produzindo vacina com IFA nacional. A nossa expectativa é de um potencial de produção de até 40 milhões de doses todos os meses. Ou seja, nós temos uma potencialidade de produzir próximo de 500 milhões de vacina [anualmente] na Fundação Oswaldo Cruz. Com isso, o Brasil passará de um país importador de vacinas para um país que vai exportar vacinas, ajudando países vizinhos da América Latina e nossos irmãos da África de língua portuguesa”, disse Queiroga.

A respeito da campanha em 2022, o Ministério da Saúde divulgou alguns detalhes em outubro. Estava prevista a 3ª dose para toda a população adulta, medida que já foi adiantada. Além disso, a campanha prevê que idosos recebam mais duas doses, seis meses depois da imunização completa ou da dose de reforço; se houver ampliação para crianças, elas devem receber duas doses. A vacinação em 2022 segue no mesmo formato: será por faixa etária decrescente, começando dos mais velhos para os mais novos. Não haverá convocação por fator de risco.

(Colaborou Lucas Mamédio)

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

‘Cidade Segura’: 2ª fase de operação em Brasilândia cumpre mandado contra família do tráfico

Vereadores de Dourados discutem implementação do Plano de Arborização Municipal

Concorrente não paga custas e Justiça extingue ação que tentava barrar licitação da loteria estadual

Conversão na BR-163 causa acidente entre carreta e caminhão com carga de cerveja em Campo Grande

Notícias mais lidas agora

Município mantém multa de R$ 12,2 milhões contra Consórcio Guaicurus por descumprir contrato

Após perder eleição, Reinaldo volta a processar adversário político que o chamou de corrupto

Mesmo sob mira da Corregedoria, ex-PGJ Alexandre Magno quer vaga no CNMP

Davi Brito diz que Mani Reggo não tem direito ao seu patrimônio: ‘Ganhou muito’

Últimas Notícias

Polícia

Pais de bebê de 10 meses que morreu em Campo Grande são soltos e proibidos de se aproximarem de filhos 

Bebê morreu de broncopneumonia e polícia apontou omissão dos pais

Esportes

Deu ‘pane’: jogador do Atlético-MG sub-20 pega bola com a mão e comete pênalti bizarro; assista

Lance incomum ajudou o Corinthians a derrotar o Galo em jogo de cinco gols

MidiaMAIS

‘Ai que dó’: pescador salva sucuri da morte em rio de Mato Grosso do Sul

Logo após ser salva, sucuri saiu em disparada e submergiu nas águas ao som de aplausos e gritos de comemoração

Sem Categoria

Carona? Casal é flagrado levando cachorro em moto na Duque de Caxias

Cena chamou a atenção de condutores que passavam pela avenida na manhã desta terça-feira