Infectologistas alertam que com mil casos diários de coronavírus, MS precisará internar 150 por dia
Se Mato Grosso do Sul continuar com mais de mil infectados por Covid-19 por dia, o Estado precisará internar 150 pacientes por dia. O alerta foi feito em carta aberta da Sims (Sociedade de Infectologia do Mato Grosso do Sul), nesta quarta-feira (24). Assim, o aviso está mais próximo do que parece de acontecer, visto […]
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Se Mato Grosso do Sul continuar com mais de mil infectados por Covid-19 por dia, o Estado precisará internar 150 pacientes por dia. O alerta foi feito em carta aberta da Sims (Sociedade de Infectologia do Mato Grosso do Sul), nesta quarta-feira (24). Assim, o aviso está mais próximo do que parece de acontecer, visto que nas últimas 24h foram 1,6 mil novos casos da doença registrados em MS.
No documento, os profissionais afirmam que estão preocupados com o descontrole sanitário em MS, que por consequência resulta no cenário crítico da pandemia. A carta destaca o aumento expressivo de casos no Estado, relatos de casos graves que são internados sem testagem prévia, aumento de procedimentos de intubação oro traqueal em unidades extra hospitalares, causadas pela falta de vagas para a transferência imediata.
Também foi apontada a rotatividade dos leitos, que atualmente não é causada pela recuperação de pacientes Covid-19 e sim pela morte dos que não resistiram. A falta de ventiladores mecânicos em unidades 24h também é indicativo de preocupação, pois, outros pacientes que necessitam acabam tendo tratamento adiado.
Além disto, alertam sobre o aumento de pacientes sob ventilação mecânica em áreas físicas que nunca apresentaram licença sanitária prévia para operar estes leitos. De acordo com a Sociedade, essa situação é frequente até mesmo em hospitais de referência no Estado. Por fim, apontam o que a previsão da falta de medicamentos e insumos necessários para internações também gera preocupação.
Alta de internações
Assim, com todos os pontos citados, MS já enfrenta uma situação crítica no sistema de Saúde. A superlotação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Covid-19 chegou a 107%, no último domingo (21). A Sociedade de Infectologistas alerta que se existem mil pessoas infectadas novas por dia, “em torno de 150 pessoas necessitarão de internação diariamente, e destas cinquenta 50 necessitarão de leito em UTI com suporte por ventilação mecânica diariamente”.
Então, explicam que o tempo médio de internação é de 14 dias para os casos graves, independente de óbito ou recuperação. Assim, ressaltam que a estratégia do Governo, de adoção de leitos de acordo com a demanda de casos graves não foi suficiente. “Não foi capaz de controlar o impacto da transmissão do vírus e resultou no caos previsível com tragédias familiares sendo vivenciadas e pessoas adoecendo de forma grave sem socorro fora dos hospitais”, diz o documento.
Com isso, a Sims afirma que é de suma importância que o Estado adote medidas restritivas severas, para redução da circulação do vírus e preservação da vida. “Em situações epidemiológicas como a nossa, estas medidas restritivas são eficazes em controlar a incidência desde que exercidas de forma combinada e rigorosa”, aponta.
Medidas para frear a pandemia
Então, na carta aberta, a Sociedade de Infectologistas lista as medidas que devem ser adotadas pelo Governo para evitar cenário ainda pior do coronavírus. De acordo com os profissionais e especialistas, se estas restrições forem adotadas de forma rigorosa por 14 dias, será possível “poupar tragédias e sofrimentos”. São elas:
- Suspensão de atividades não-essenciais para impedir a transmissão desnecessária do vírus para as pessoas;
- Redução na circulação de pessoas para evitar a disseminação do vírus;
- Identificação e isolamento dos casos sintomáticos ou suspeitos de COVID-19 antes do agravamento da doença;
- Distanciamento social rigoroso em todos ambientes (inclusive durante os deslocamentos). Caso não seja possível garantir o distanciamento, este ambiente se tornará, inevitavelmente, de risco à vida;
Por fim, os infectologistas afirmam que a vacina é sim uma esperança emergencial “para convivermos com nossos familiares e amigos o mais breve possível”. No entanto, até lá, é preciso manter com rigorosidade as medidas que já conhecemos: o distanciamento, o uso da máscara adequada e a higiene das mãos. Além disto, destacam que “tratamentos não comprovados, indicados em situações de insegurança, podem complicar a saúde já comprometida pelo coronavírus”.
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