Faltando 66 mil completarem 2ª dose, Campo Grande segue com uso obrigatório de máscaras nas ruas
Marquinhos Trad explicou que não vai desobrigar uso enquanto Capital não chegar a 70% de totalmente imunizados
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Campo Grande anunciou na semana passada que o uso de máscaras nos espaços abertos não seria mais obrigatório. Porém, com a imunização abaixo da expectativa, o município decidiu ‘puxar o freio’. Por enquanto, utilizar máscaras nas ruas ainda é necessário. O prefeito Marquinhos Trad (PSD) explicou que o uso de máscaras só será flexibilizado quando a Capital atingir 70% da população completamente imunizada.
O anúncio sobre o fim da obrigatoriedade das máscaras em espaços abertos foi feito no último dia 4, logo após o Governo do Estado reforçar que o uso já não era obrigatório nas ruas. Contudo, Campo Grande tinha um decreto próprio que obrigava a utilização do EPI (Equipamento de Proteção Individual) mesmo ao ar livre.
Na ocasião, o prefeito anunciou que seria publicado um plano de flexibilização em Campo Grande, começando com a desobrigação de utilizar máscaras nas ruas. “Campo Grande vai manter o uso na máscara com exceção de locais abertos sem aglomeração, mantendo a utilização obrigatória onde não se consiga manter o distanciamento”, disse o prefeito, na ocasião.
Agora, o prefeito Marquinhos Trad explica que a liberação ainda deve demorar mais um pouco e que a população precisa continuar utilizando a proteção. “Recebemos uma orientação. Os médicos, diretores de hospitais, estão pedindo que pelo menos que a gente atinja 70% [de imunizados]”, explicou.
Marquinhos comentou que o plano, a princípio, era de iniciar a flexibilização do uso de máscaras com 65% da população imunizada, que é o índice atual. Além da recomendação dos profissionais da saúde, outro indicativo que levou Campo Grande a aguardar um pouco mais antes de desobrigar o uso de máscaras nas ruas foi a vacinação, que está abaixo da expectativa.
“A gente estava tentando fazê-lo [plano] com base em 65%, mas o índice de retorno dos campo-grandenses para a 2ª dose tem deixado a desejar. Hoje temos mais de 60 mil campo-grandenses que tomaram a 1ª dose e não voltaram mais”, afirma.
O prefeito explica que será realizada uma campanha nacional ainda no mês de novembro, convocando as pessoas para retornarem para completar o ciclo vacinal. Ele reforça que tomar apenas a 1ª dose não garante que a pessoa não possa ser contaminada. “Estamos com todas as unidades de saúde com vacinas. Nós temos vacinas, só não está tendo retorno das pessoas para tomar a 2ª dose”, lamentou.
Doses atrasadas e ‘fujões’ da vacina
Depois de avançar muito na campanha de imunização nos últimos meses, a vacinação desacelerou em Campo Grande. Dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) apontam que cerca de 66 mil pessoas estão com a segunda dose atrasada, ou seja, deveriam ter recebido o imunizante até o final do mês de outubro. As informações são referentes a pessoas que tomaram a primeira dose até o final de julho e não retornaram dentro do período estimado para receberem a segunda dose.
Além disso, ainda há os ‘fujões’ da vacina, pessoas que se recusaram a tomar o imunizante e não compareceram aos postos nem para a primeira dose. “Dentre o público elegível, com 12 anos ou mais, cerca de 40 mil ainda não receberam a primeira dose do imunizante”, informou a Sesau.
Em MS, uso já não era obrigatório nas ruas
O uso da máscara ao ar livre não é mais obrigatório em Mato Grosso do Sul de maneira geral. A medida já era prevista em decreto e foi reafirmada pelo Governo do Estado, durante coletiva do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança da Economia) na semana passada. A liberação total da obrigatoriedade de máscaras segue em discussão e, se o Estado continuar com o ritmo de vacinação, a proteção pode deixar de ser obrigatória nas festas de final de ano.
É importante lembrar que as normas estaduais não valem para todas as cidades, já que os municípios podem ter suas próprias regras estabelecidas em decreto — como é o caso de Campo Grande. Desde junho do ano passado, é obrigatório o uso de máscara e quem descumprir a medida receberá multa que pode variar entre R$ 100 e R$ 15 mil, conforme o Código Sanitário Municipal, além de responder pelas infrações dos artigos 268 e 330 (infração sanitária e desacato) do Código Penal, que podem acarretar prisão por até um ano. A exceção é para crianças menores de 4 anos, pessoas com deficiência intelectual ou transtornos psicossociais, para a prática de atividades físicas como em academias ou quem esteja impossibilitado por questões de saúde, por exemplo.
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