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Na outra ponta, boa parte desses estudantes não tinha acesso à ou a equipamentos de informática de qualidade para prosseguir com seus estudos. “Mesmo com o avanço da vacinação, esse é um assunto que deve permanecer na pauta da discussão pública por algum tempo. Afinal, não há certeza de que esta seja a última pandemia pela qual passaremos nos próximos anos, de modo que será preciso pensar estratégias positivas de ensino a distância ou ensino híbrido”, comenta Nicolazzi.

Futuro dos monumentos históricos

Não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, estátuas e outros monumentos prestam homenagem às mais diversas figuras históricas. Nos últimos anos, uma parte da sociedade civil passou a questionar algumas dessas homenagens. Muitas delas fazem menção a escravocratas, por exemplo, o que, na visão de muitos pensadores, seria como premiá-los por todo o horror que causaram historicamente.

Em São Paulo, a estátua do bandeirante Manuel de Borba Gato foi incendiada em protesto ao papel que essa figura histórica teve na construção do Brasil. O monumento foi inaugurado em 1963 em homenagem ao bandeirante, responsável por tomar terras e escravizar negros e indígenas nos séculos XVII e XVIII. A proposta é substituir esses monumentos por outros, que façam alusão a personagens negros, mulheres e outras figuras importantes para a luta antirracista.

Evasão escolar

Não é de hoje que a evasão escolar é um problema no Brasil. Tampouco ela tem como causa única a pandemia de covid-19. No entanto, as dificuldades que muitos estudantes encontraram para se concentrar durante as aulas online e para ter acesso à internet de qualidade potencializaram o processo de evasão.

De acordo com estudo, o enfrentamento da cultura do fracasso escolar, do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para Infância (Unicef), 1,38 milhão de estudantes com idades entre 6 e 17 anos abandonaram os estudos em 2020, o que representa 3,8% do total de jovens brasileiros em idade escolar.

“A evasão é um problema antigo, mas que tem estado muito em evidência durante a pandemia. Ainda não há respostas certeiras para essa situação, o que pode levar esse assunto a ser cobrado de quem vai prestar o ”, afirma Nicolazzi. Importante saber também a diferença entre evasão e abandono escolar, para não confundir durante a construção do discurso.

Superexposição a meios digitais

Segundo uma pesquisa do App Annie Intelligence, o brasileiro passa, em média, 5,4 horas por dia em frente à tela do celular. O país está em primeiro lugar no ranking mundial, seguido pela Indonésia e pela Índia (2º e 3º lugares, respectivamente). As consequências desse comportamento são inúmeras e vão desde prejuízos à visão até agravamento de transtornos que afetam a saúde mental. Quando se trata de crianças e adolescentes, a problemática é ainda mais séria. E, quanto mais a tecnologia evolui, maior a tendência de permanecer cada vez mais tempo olhando para meios digitais. Por esse motivo, para o especialista, esse também pode ser o tema da redação do Enem 2021.

Democratização do acesso a museus

Em 2019, um levantamento realizado pelo instituto Oi Futuro apontou que as classes A e B são 82% do total de frequentadores dos museus brasileiros. Isso significa que mais de 80% das pessoas que têm acesso às salas cheias de arte, sons e história pertencem ao grupo com rendimento familiar de mais de R$ 9.980,00 por mês. Analisando dessa forma, uma das conclusões a que se pode chegar é que quem tem menos condições financeiras também tem menos acesso a esses espaços culturais. “Esse é um tema bem geral, mas que pode ser cobrado porque o interesse dos brasileiros por museus virtuais, durante a pandemia, cresceu 50%. Ou seja, talvez a solução seja dar condições para que as pessoas conheçam os ambientes de museu”, pondera o especialista.

Crise Hídrica

Falta água e, consequentemente, energia elétrica no Brasil. Embora a crise hídrica esteja sendo mais comentada nos últimos meses, especialistas já alertavam há muito mais tempo que um cenário como esse poderia acontecer. As possíveis causas e as duras consequências desse problema são inúmeras. “Essa é uma reflexão que passa pelas mudanças climáticas, por estratégias dos órgãos públicos e também pela responsabilidade individual. Todos os ingredientes que costumam compor o tema da redação do Enem”, alerta Nicolazzi.