Demora, corridas canceladas, atendimento e a falta de motoristas são apenas algumas das várias reclamações que ultimamente ouvimos quando o assunto é carro de aplicativo. Em Campo Grande, uma escolha que voltou a ser muito procurada é o famoso e sumido táxi.

Depois dos vários aumentos de preços dos combustíveis, muitos motoristas de aplicativo desistiram de realizar suas diárias corridas, o que faz o serviço demorar ainda mais. Uma opção que estava um pouco esquecida, mas parece que tem sido uma alternativa são os táxis que, algumas vezes, acabam sendo a única alternativa.

Luiz Carlos dos Santos, de 63 anos, é motorista há mais de 4 décadas e destaca que tem notado uma melhora significativa no aumento de clientes, mas também lamenta a alta do combustível.

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Luiz Carlos dos Santos, de 63 anos, é motorista há mais de 4 décadas. 

“Percebi que tem melhorado, na verdade, uma pequena melhora. Se o preço do combustível não estivesse tão alto até estaria compensando, mas dependendo da corrida, ela sai mais cara para o motorista do que para o passageiro. Acredito que a pessoa até tenta pegar um carro de aplicativo, mas devido à demora, muitas vezes ela acaba desistindo e optando por um táxi”, disse Luiz.

O taxista, Magno Carneiro de Souza, de 54 anos, também percebeu um bom aumento na procura nos últimos meses e destaca que a demora no atendimento dos motoristas de aplicativo tem feito os clientes migrarem para os táxis.

“Eles estão recusando muitas corridas. Cancelam até chegar no dinâmico, que praticamente tem o mesmo preço que um táxi, mas eles não pagam os mesmos impostos que pagamos. Eles estão cancelando e os taxistas acabam ficando com esse público”, explicou.

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Magno Carneiro de Souza, de 54 anos, percebeu o aumento de corridas que tem feito.

Mario Porfirio Lopes, de 58 anos, ressalta que ‘o sol nasceu para todos', que não é uma disputa, que todos podem trabalhar de forma amigável, mas também percebeu um aumento no número de clientes.

“Percebi que a procura aumentou um pouco, mas o preço da também está alto demais o que não ajuda muito, mas realmente percebi que teve um aumento no número de passageiros. Temos gastos com manutenção de carro, impostos”, disse.

Conforme o Presidente do Sintáxi-MS (Sindicato dos Taxistas do Estado de MS), Flavio Panissa, o táxi só está voltando a ocupar o espaço que já era deles.

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Mario Porfirio Lopes, de 58 anos, é taxista há mais de 20 anos.

 

 

“Com o surgimento dos motoristas de aplicativo, os usuários deixaram de usar os táxis, mas a categoria está voltando a ocupar o espaço que tinha anteriormente. A pessoa que tem um compromisso sério ou inadiável está preferindo os táxis”.