Com surto de covid nas aldeias de MS, aumento na transmissão preocupa Saúde

Aulas foram suspensas nas escolas de Dourados e autoridades acreditam que crise poderia ter sido evitada com vacinação

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Casos tem sido registrados dentro de aldeias indígenas; um homem morreu e caso é investigado.
Casos tem sido registrados dentro de aldeias indígenas; um homem morreu e caso é investigado.

Casos de coronavírus forçaram a suspensão das aulas em escolas de Dourados, a 125 km de Campo Grande, e autoridades de saúde demonstram preocupação com o cenário da transmissão em Mato Grosso do Sul. Nesta sexta-feira (29), a SES (Secretaria de Estado de Saúde) apontou que há um surto da doença dentro das aldeias indígenas do município. Uma das causas apontadas é a vacinação tardia nas reservas. 

O secretário Geraldo Resende citou que nesta sexta (29) há mais casos de covid em Dourados do que em Campo Grande, que é a Capital e cidade mais populosa do Estado. O motivo? Segundo o titular da SES, há um surto da doença dentro das aldeias indígenas. 

“Há surto do coronavírus dentro das aldeias indígenas de Mato Grosso do Sul. Temos feito esforços, nos colocando à disposição do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) e Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), que é vinculada ao Ministério da Saúde”, disse. 

A responsabilidade pela campanha de imunização nas comunidades indígenas é da esfera federal e autoridades de saúde do Estado citam que a situação poderia ter sido evitada se a campanha tivesse seguido o mesmo ritmo da imunização na população em geral. É importante lembrar que apesar dos indígenas serem grupo prioritário no PNI (Programa Nacional de Imunização), a vacinação dos adolescentes das aldeias começou depois do início da imunização dos jovens não indígenas. A vacinação só começou no início de outubro, enquanto os adolescentes em geral de MS começaram a ser imunizados em agosto. 

“Esse surto poderia ter sido evitado se tivesse iniciado a imunização das comunidades indígenas ao mesmo tempo. Aconteceu muito mais cedo na população não indígena do que na indígena, não foi falta de cobrança à Sesai e Dsei, fizemos vários pedidos e interlocuções, mas tivemos respostas tardias”, disse Resende. 

Além disso, o secretário de saúde cita que a imunização dos adolescentes e 3ª dose nos idosos indígenas tem sido morosa. Ele afirma que há doses suficientes para vacinar essa população. A SES cobra que o Dsei faça mutirões de vacinação nas reservas e aldeias indígenas de Mato Grosso do Sul. 

Com surtos nas aldeias, as aulas presenciais foram suspensas em escolas de Dourados. Geraldo Resende ainda comentou que foi registrada a morte de um homem adulto indígena, de cerca de 40 anos. “Está sendo investigado, vamos verificar se não foi contato de estudantes, que levaram o vírus para dentro de casa. Vamos verificar se essa vítima tinha sido vacinada ou não, quantas doses [da vacina] havia tomado”, garantiu. 

Aulas suspensas pela 2ª vez

As aulas da Escola Municipal Aurora Pedroso de Camargo, em Dourados, foram suspensas por sete dias após alunos testarem positivos para a covid-19. Estudantes são irmãos e estudam em turmas diferentes. 

Pais de alunos foram notificados sobre a suspensão pela Semed (Secretaria Municipal de Educação), conforme publicou o site Dourados News. A diretora da instituição, Tânia Aparecida de Miranda Rezende, disse que os alunos que testaram positivo são indígenas e da mesma família, mas de salas diferentes. 

Seguindo as orientações do decreto vigente, os alunos serão monitorados pela vigilância. Este é o segundo caso confirmado de suspensão de aulas por estudantes infectados com o coronavírus.

Conteúdos relacionados