Com surto de covid, indígenas pedem que aulas continuem suspensas em aldeias de MS

Aulas foram suspensas em escolas indígenas em Dourados

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Estado faz testagem em massa na tentativa de conter surtos nas comunidades.
Estado faz testagem em massa na tentativa de conter surtos nas comunidades.

Com casos de coronavírus se espalhando entre os indígenas, comunidades e lideranças têm defendido que as aulas presenciais continuem suspensas nas aldeias em Mato Grosso do Sul. As aldeias Jaguapiru e Bororó vivem um surto de covid, o que tem preocupado as autoridades de saúde no Estado.

Diante da situação e do risco de mortes nas aldeias, lideranças e profissionais em educação defendem que as aulas presenciais continuem suspensas, conforme o jornal local O Progresso. À princípio, as aulas presenciais retornariam nesta semana. 

Um morador da reserva contou ao jornal O Progresso que na primeira testagem em massa nas aldeias foram confirmados 79 casos. Além disso, teriam sido registradas dez internações de indígenas com covid. 

No fim de outubro, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) suspendeu as aulas presenciais nas sete escolas municipais indígenas e na Escola Municipal Aurora, que fica no Parque Alvorada, por medida de prevenção e controle da contaminação contra a Covid-19. O secretário Geraldo Resende demonstrou preocupação com a transmissão da doença dentro das aldeias indígenas. “Há surto do coronavírus dentro das aldeias indígenas de Mato Grosso do Sul. Temos feito esforços, nos colocando à disposição do Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) e Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), que é vinculada ao Ministério da Saúde”, disse. 

A responsabilidade pela campanha de imunização nas comunidades indígenas é da esfera federal e autoridades de saúde do Estado citam que a situação poderia ter sido evitada se a campanha tivesse seguido o mesmo ritmo da imunização na população em geral. É importante lembrar que apesar dos indígenas serem grupo prioritário no PNI (Programa Nacional de Imunização), a vacinação dos adolescentes das aldeias começou depois do início da imunização dos jovens não indígenas. A vacinação só começou no início de outubro, enquanto os adolescentes em geral de MS começaram a ser imunizados em agosto. 

3ª dose para indígenas

 Para ajudar a conter a contaminação nas aldeias, a Secretaria de Saúde defende a aplicação da 3ª dose em todos os indígenas a partir de 12 anos. O secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, falo que há presença de surtos de coronavírus em aldeias de Dourados, Tacuru, Paranhos e Japorã. 

O secretário ainda comentou que defende a aplicação da 3ª dose em toda a população das aldeias, mas que o Ministério da Saúde e a secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite, não teriam sido favoráveis à proposta. “Eles foram imunizados logo no início, quando só tínhamos a Coronavac, mas já está demonstrando que a Coronavac decai, após o sexto mês, a capacidade de resposta do organismo sensivelmente. Advogo, inclusive, a todos os adolescentes indígenas acima de 12 anos e a todos os grupos etários que a gente possa fazer a dose do reforço”, ressaltou Resende. 

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