Com maior taxa de ocupação de UTIs da pandemia, médicos abandonam plantões em MS
Com taxa de ocupação de leitos UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em 85,5% em Mato Grosso do Sul, a mais alta desde o início da pandemia, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) verificou um novo problema: o crescente abandono de médicos das escalas de plantões. O secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, disse ao Jornal […]
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Com taxa de ocupação de leitos UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em 85,5% em Mato Grosso do Sul, a mais alta desde o início da pandemia, a SES (Secretaria Estadual de Saúde) verificou um novo problema: o crescente abandono de médicos das escalas de plantões.
O secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, disse ao Jornal Midiamax que a situação dos leitos em UTIs é crítica. “Não temos médicos e fisioterapeutas no mercado. Há também o abandono de médicos em escala de plantões, um cenário de deserção. Esse é o quadro hoje e não temos como expandir [o número de leitos]”, declarou.
Outro fator de preocupação da SES é a circulação da variante do coronavírus, que já está no Estado. Isso porque a nova cepa tem maior poder de transmissão, o que justifica o aumento no número dos casos neste período.
Se o avanço continuar nesse ritmo, MS poderá ter falta de leitos UTI em breve. “Estamos com dificuldade em todos os estados sob pena de médicos plantonistas terem que optar quem vai usar ou não o ventilador”, pontuou.
Sinmed rebate
Por outro lado, o Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) não concorda com a posição do secretário. O presidente da entidade, Marcelo Santana, disse que as “causas desse caos são outras”. Para o sindicalista, a situação em que os profissionais estão trabalhando é gravíssima, mas não há relatos de debandada de médicos em CTIs (Centros de Terapias Intensivas).
“Estão querendo colocar a culpa em cima dos profissionais. Os médicos estão assumindo mais plantões ainda, com cargas horárias extrapoladas para poder dar conta da demanda. Tem que procurar a causa e a solução”, pontuou.
Lockdown
Resende informou que assinou, junto com outros 26 secretários estaduais de saúde, documento pedindo um lockdown nacional ao Ministério da Saúde. “É a posição do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e estou junto com esses 26 outros secretários”, afirmou.
A proposta é de que o lockdown – quando é autorizada a abertura apenas de serviços essenciais – seja decretado em estados com ocupação de leitos acima de 85% – que é o caso de MS.
Em comunicado divulgado no início da tarde desta segunda-feira, 1º, o Conass também defendeu a adoção de um toque de recolher nacional, das 20h às 6h, em todo o País, inclusive nos finais de semana, e a suspensão do funcionamento das escolas. Na carta, os gestores dizem que o Brasil enfrenta o pior momento da pandemia e criticam a falta “de uma condução nacional unificada e coerente” para a crise.
No comunicado, os gestores citam a proibição de eventos presenciais, como shows, cerimônias religiosas e eventos esportivos, a suspensão das atividades presenciais de educação no País, a adoção de trabalho remoto sempre que possível, a instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais (considerando até o fechamento de aeroportos e a suspensão do transporte interestadual), a adoção de medidas para a redução da superlotação dos transportes, além do toque de recolher nacional.
Prosseguir
Em relação às medidas adotadas pelo governo de MS, o secretário pontuou que existe o Prosseguir, que dá as diretrizes para os municípios sobre restrições que devem ser adotadas. “Os prefeitos que tiverem compromisso com a vida dos cidadãos e cidadãs atentem e adotem na sua integralidade o Prosseguir. Não adianta ceder a grupo de pressões, de interesses que não sejam, hoje, o de preservar vidas”, concluiu.
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