Após morte de cabo e denúncias de formatura, Bombeiros em MS adiam teste físico
A Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) divulgou através do Diário Oficial, nesta terça-feira (30), o adiamento das provas de teste de aptidão física do concurso para formação de sargentos do Corpo de Bombeiros, por conta das medidas restritivas do decreto do Governo do Estado. A anúncio acontece um dia após a […]
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A Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) divulgou através do Diário Oficial, nesta terça-feira (30), o adiamento das provas de teste de aptidão física do concurso para formação de sargentos do Corpo de Bombeiros, por conta das medidas restritivas do decreto do Governo do Estado. A anúncio acontece um dia após a morte do cabo da corporação Gustavo do Prado Costa, 29 anos, por complicações da Covid-19 e inúmeras reclamações da corporação sobre formaturas na pandemia.
Conforme a publicação, o teste estava agendado para os dias 22 e 23 de março e acabou sendo adiado para os dias 1 e 2 de abril, por conta do decreto municipal número 14.683, onde antecipou os feriados em Campo Grande, para tentar frear a proliferação do vírus. A nova data da prova ainda não foi divulgada e o novo edital deve ser publicado nos próximos dias.
O teste físico faz parte da 3ª fase do processo seletivo, com caráter eliminatório, para avaliar o condicionamento físico dos candidatos a sargentos.
Denúncias
Recentemente, militares do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul reclamaram de solenidades e formatura diárias nas corporações, que acabam reunindo vários servidores, apesar da alta em casos de contaminação da Covid-19 no Estado.
Um militar, que preferiu não se identificar, relata que reuniões são feitas com mais de 100 servidores em filas e espaços pequenos diariamente. O evento passou a ser diário na última semana em todos os quartéis e batalhões de MS.
“Ocorre que é fato que tal evento aumenta consideravelmente o risco de contaminação pelo coronavírus, sendo que além do militar se contaminar irá levar para sua família e até mesmo para a sociedade em geral que por ele for atendido aumento drasticamente a proliferação do vírus”, disse.
‘Não pode parar’
Em nota, a corporação informou que desempenha atividade essencial e os trabalhos não podem parar, mesmo com a pandemia tomando proporções graves. “Nossa dedicação precisa de mais empenho. É hora de aumentar os esforços para conter a proliferação do coronavírus. Todas as formaturas são realizadas com os cuidados de biossegurança”, comunica.
Segundo a secretaria, Do Prado, como era conhecido na corporação, ingressou no Corpo de Bombeiros em setembro de 2010 e desde outubro de 2019 estava lotado na Sejusp, onde atuava na Coordenadoria de Gestão de Compras, Materiais, Contratos e Patrimônio, da Superintendência de Planejamento, Projetos e Ações Integradas das Políticas de Segurança Pública.
Contaminado pelo coronavírus no início do mês, Do Prado estava internado desde o último dia 8 de março. Após a internação o quadro de saúde dele se agravou. O militar teve que ser intubado, mas infelizmente hoje não resistiu e veio à óbito. Casado, Gustavo deixa a esposa, Thaís.
A cúpula da Sejusp-MS (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) não vê “desacordo” com as regras de teletrabalho adotadas para o funcionalismo do Governo de Mato Grosso do Sul a ordem para que profissionais da pasta voltem a prestar atendimento presencial –incluindo aí integrantes do grupo de risco, como idosos e gestantes.
Isso porque trabalhadores de Saúde e Segurança não estariam sujeitos aos efeitos do decreto estadual 15.398/2020, que tratou do regime de home office do funcionalismo de Mato Grosso do Sul, adotado como meio de evitar o contágio pelo novo coronavírus (Covid-19). O dispositivo ainda prevê que cada órgão crie normas complementares para garantir o funcionamento de serviços essenciais, como os prestados pela SAS (Superintendência de Assistência Socioeducativa), que administra as Uneis (Unidades Estaduais de Internação).
As explicações foram remetidas ao Jornal Midiamax pela assessoria da Sejusp-MS, em resposta à reportagem que trouxe queixa do Sindsad-MS (Sindicato dos Trabalhadores e Servidores da Administração do Estado de Mato Grosso do Sul) sobre o retorno às atividades de servidores da SAS que integram o grupo de risco da Covid-19 a partir desta segunda-feira (1º).
Na prática, órgãos da Segurança Pública começaram já na semana passada a retomar o atendimento presencial. A determinação foi resultado de uma circular interna assinada pelo titular da Sejusp-MS, Antônio Carlos Videira, exigindo que os servidores cumpram a jornada de 8 horas diárias de trabalho.
Com a determinação, chefes de diferentes setores da pasta começaram a acionar servidores que estavam em teletrabalho para cumprirem o expediente presencial. “Ligaram para todos do grupo de risco e mandaram eles retornarem: os acima de 60 anos, as mulheres grávidas, se tiverem comorbidade”, disse a presidente da entidade, Lilian Olívia Aparecida Fernandes.
O chamado seria feito apenas por telefone, sobretudo aos grupos de risco, como forma de não mostrar confronto com as ações estaduais de combate à Covid-19 –Mato Grosso do Sul registrou alta no volume de casos em janeiro, já ultrapassando os 160 mil casos positivos e se aproximando de 3 mil mortes causadas pela doença.
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