Com dois acidentes ‘colados’, moradores vão organizar protestos por duplicação da BR-163

Em menos de duas horas, dois acidentes foram registrados na BR-163, em Campo Grande, neste sábado (6), sendo um deles com a morte de um jovem de 19 anos. Cansados de presenciar colisões, moradores e comerciantes da região pretendem organizar protestos pedindo a duplicação da rodovia. Cristian Deivid, de 21 anos, precisa percorrer todos os […]

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Em menos de duas horas, dois acidentes foram registrados na BR-163, em Campo Grande, neste sábado (6), sendo um deles com a morte de um jovem de 19 anos. Cansados de presenciar colisões, moradores e comerciantes da região pretendem organizar protestos pedindo a duplicação da rodovia.

Cristian Deivid, de 21 anos, precisa percorrer todos os dias cerca de 20 km na rodovia da casa para o trabalho de moto. Ele conta que o medo de perder a vida em um acidente no local é constante, pela alta velocidade de motoristas. “Já presenciei 5 ou 6 acidentes por ultrapassagem proibida, é bem comum acidente porque a pista não é duplicada”, disse.

Outro comerciante, que preferiu não se identificar, tem uma empresa e com ajuda de mais moradores e o presidente do bairro, vão organizar uma manifestação na rodovia pedindo urgentemente intervenções que minimizam os acidentes.

“Tenho funcionários que andam nela (BR) todo dia, o risco de um funcionário meu morrer igual o rapaz é grande”, relata.

Morte

Vitor da Silva, de 19 anos, morreu em acidente grave na rodovia, na manhã de hoje.O jovem conduzia um Golf quando houve a colisão frontal contra a camionete Amarok, conduzida por um homem de 38 anos. Ele sempre fazia o trajeto, já que mora na região da Chácara das Mansões e teria feito uma ultrapassagem indevida.

Um amigo de Vitor, que foi ao local, contou que o rapaz sempre fazia o mesmo caminho, porque morava na região do Platinão, então sempre usava a rodovia. Um familiar teria dito que o rapaz havia dado carona para uma pessoa e voltava para casa quando aconteceu o acidente.

A cerca de 1,5 km a frete, uma colisão entre duas carretas, uma carregada com explosivos, deixou motorista preso nas ferragens. Embora a gravidade, o motorista estava consciente e orientado. As equipes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e CCR MSVia foram acionadas, além de Corpo de Bombeiros. O outro caminhão está carregado com explosivos e foi feito o isolamento do local.

Duplicação

O contrato com a CCR MSVia foi firmado em 2014 e firmava acordo para concessão e exploração da BR-163 em MS condicionada à 806 km da via dentro do território estadual. Porém, a concessionária deixou de cumprir 667,5 km de duplicação, sob afirmação de que a queda de arrecadação impediu o devido investimento para fazer cumprir o contrato.

Em audiência pública realizada na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) em outubro de 2019, o presidente da companhia, José Márcio Silveira, apresentou dados afirmando que o déficit acumulado do contrato está em R$ 1,71 bilhão, sendo R$ 1,2 bilhão em receitas e R$ 2,91 bilhões de despesas no período.

Na comunicação do interesse de relicitar a concessão e, consequentemente, romper o contrato, a CCR informa que só deixará a rodovia após cumprir os procedimentos previstos em lei, incluindo a celebração de termo aditivo no qual deverá constar previsão de extinção amigável do ajuste originário.

Em julho do ano passado, a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestres) aprovou, em reunião da Diretoria Colegiada, o processo de relicitação da concessão, aprovada meses após um parecer da gerência de Gestão Econômico-Financeira de Rodovias da ANTT considerar que é mais viável a “devolução coordenada e negociada” da via a simplesmente considerar o contrato nulo. O documento subsidiou a decisão da da Diretoria Colegiada.

O processo inicial com o pedido de relicitação pediu ampliação do prazo de recuperação da pista existente, de 5 para 10 anos e manutenção do pedágio. Em novembro de 2019, o descumprimento do contrato ocasionou queda no valor do pedágio, por determinação da ANTT. Porém, decisão judicial restabeleceu a cobrança “normal” poucos dias após a diminuição do preço.

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