Próximo da obra inacabada do Centro de Belas Artes, localizada às margens da avenida Ernesto Geisel, terreno que a Prefeitura de Campo Grande deve doar será o novo endereço de unidades habitacionais no bairro Cabreúba. A reportagem do Jornal Midiamax conversou com moradores que agora vivem a expectativa de uma nova obra, enfim, tomar o espaço.
Morando há mais de 40 anos na região, a professora aposentada Vera Lúcia, de 63 anos, acredita que a construção vai evitar transtornos de varia vertentes. “Vão fazer um bom uso do espaço. Tenho receio de andar à noite, esse pedaço é perigoso. Tem muito usuário de droga”, disse ela.
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Além dos problemas com a segurança, a moradora enxerga uma solução para as infestações de insetos, causados pela vegetação alta e acumulo de lixo. “Por causa do mato, escorpião e rato tem demais. Onde tem melhoria material, tem melhor qualidade de vida”, finalizou Vera.
Em contraponto, Gladis Graciela, de 59 anos, sustenta que existem outros problemas de infraestrutura no bairro, e que uma nova obra não seria a melhor opção. “Tem aquele elefante branco, porque não resolvem ele primeiro? Vão construir e ali vai ficar largado. Podiam usar usa o espaço para dar cursos para adolescentes”, explicou.
Ainda em abril, a Prefeitura anunciou que vai fazer nova licitação para o Centro de Belas Artes para, enfim, concluir a obra.
Há cinco anos no bairro São Francisco, a moradora identificou diversos problemas estruturais e ambientais da região, que ela enxerga como prioridade. “Todos os construtores da redondeza jogam esgoto no córrego, tem erosões e plantas invasoras, porque não resolvem primeiro? ”, finalizou.
A auxiliar de serviços gerais Alessandra Sousa, de 38 anos, trabalha há um ano e quatro meses em um condomínio da área, é tem uma perspectiva positiva sobre as futuras instalações, principalmente, na questão de segurança. “É melhor que esse mato, com casas fica menos perigoso. Conheço esse bairro, assim como outros, não é muito seguro. A noite essa rua é muito escura”, detalhou ela
O projeto
A Prefeitura de Campo Grande entregou projeto de lei à Câmara Municipal, que já foi aprovado, de doação de imóvel no Bairro Cabreúva para a empresa Cesari Engenharia e Construção. Avaliado em R$ 20.585.403,43, o terreno, localizado próximo à construção do Centro de Belas Artes, será destinado ‘exclusivamente’ para construção de unidades habitacionais do programa Viva Campo Grande II e faz parte do projeto de revitalização do Centro da Capital.
Posteriormente, serão sorteados moradores aptos para finaciar o imóvel pelo programa Minha Casa Verde Amarela – processo corre junto à Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários). A proposta de lei sobre a doação foi entregue à Casa de Leis em 30 de abril e ainda precisa ser lida em plenário. A partir disto, será analisada pelos vereadores e, se aprovada, será sancionada e colocada em vigor.”
O imóvel será destinado ‘exclusivamente para unidades habitacionais verticais mistas’, ‘sendo que qualquer desvio de finalidade acarretará em nulidade da doação”. O terreno é descrito pela prefeitura como ‘Área A, resultante do desdobramento de uma chácara localizada na margem direita do córrego Segredo, próximo ao Conjunto Habitacional Cabreúva – são 5 hectares e 9.168,2459 metros quadrados.