A pandemia deve trazer efeitos na vida das pessoas e isso pode ajudar o mercado das bicicletas elétricas, as chamadas e-bikes. O boom na procura por estes veículos começou em abril do ano passado, mas o reflexo deve se estender após a crise sanitária devido aos novos costumes das pessoas.

Uma dessas mudanças vem de pessoas que estão evitando usar o transporte público e acabam optando por outro meio de transporte. “Tem patrão que compra bicicleta elétrica para o funcionário não pegar ônibus”, comentou Rafael Alexsandro, gerente de uma loja especializada em bicicletas elétricas em Campo Grande.

Conforme o gerente, o movimento chegou a apresentar queda no fim do ano passado, mas “a partir de fevereiro deu uma aumentada”, garante.

Um dos empecilhos para quem busca esse tipo de condução é o preço. A antiga proprietária de uma empresa que vendia e-bikes deixou o segmento. “Paramos de vender na pandemia. O dólar alto deixou a bicicleta muito cara, então, paramos de pedir”, conta.

A loja em que Rafael trabalha taambém sentiu os efeitos da crise econômica,  mas está segurando para não perder a clientela. “No momento, os preços estão subindo, mas estamos segurando”, explicou.


E-bikes são usadas para trabalhar ou por lazer em Campo Grande – Foto: Leonardo de França / Midiamax

A proprietária de loja que vende tanto bicicleta elétrica quanto comum comemora o momento vivido nos negócios. “Desde o ano passado melhorou não só a procura pelas bicicletas tradicionais como a com motor, principalmente e elétrica”, afirma. 

Saber o quanto vai gastar comprando uma bicicleta elétrica vai depender muito do modelo. OS mais simples – em que é necessário o uso de pedais podem partir de R$ 1,4 mil. Mas um veículo com motor pode chegar a R$ 4 mil.

Crescimento e tendência de alta

Como dito anteriormente, a pandemia favoreceu esse tipo de negócio. Os dados apresentados no Boletim do Mercado das Bicicletas Elétricas 2021, desenvolvido pela Aliança Bike e pelo Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostram que, em 2020, foram 32.110 e-bikes vendidas, um aumento de 28,4% em relação a 2019, quando haviam sido comercializadas 25 mil unidades no país.

Dessa forma, o relatório explica os fatores que levaram o mercado a ter um crescimento, divergindo de muitos outros setores da economia. “Ao mesmo tempo em que a pandemia do coronavírus causou uma retração da economia brasileira no geral, houve um aumento expressivo do mercado de bicicletas. Em 2020, a sociedade percebeu a bicicleta como um produto aliado do combate à pandemia, permitindo deslocamentos, atividade física e de lazer com segurança sanitária e distanciamento social”.

De acordo com o levantamento, a “permanência da pandemia e outras condições socioeconômicas, as empresas do setor de bicicletas elétricas apresentam expectativa de crescimento para 2021”.

Assim, a projeção da Aliança Bike é de que, neste ano, o incremento nas vendas seja maior ainda: de 34%. Logo, a expectativa é de que sejam comercializadas 43 mil e-bikes em todo o país.