Acolhimento e apoio profissional: um caminho possível para identificar e prevenir o suicídio
Apesar do tabu sobre o tema, falar sobre suicídio é forma de prevenção
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Mato Grosso do Sul registrou 158 mortes por suicídio, em 2020. O Estado chegou a ocupar a 3ª colocação com maiores taxas de suicídio do país, em 2019. No entanto, com acolhimento e suporte profissional vidas podem ser salvas.
A ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), por meio da cartilha Setembro Amarelo, divide os fatores de risco para suicídio em modificáveis e não modificáveis.
Modificáveis são aqueles que, se alterados, podem prevenir o suicídio, como, por exemplo: conflitos familiares; sentimentos de desesperança, desespero, desamparo e impulsividade; e desemprego.
Já entre os não modificáveis estão faixa etária, gênero, presença de transtorno psiquiátrico e tentativa prévia de suicídio, por exemplo.
Acolhimento
Independente dos fatores de risco, familiares, amigos, professores e demais pessoas do círculo próximo podem exercer um papel importante na prevenção ao suicídio por meio do acolhimento.
A psicóloga clínica, especialista em luto, Lia Rodrigues Alcaraz, afirma que a pessoa com ideação suicida precisa entender que o sentimento dela está sendo compreendido. “Eu sei que é muito difícil para a população em uma forma geral, principalmente os leigos, entenderem que a pessoa não está com preguiça, não está fazendo aquilo porque ela não sabe, ‘a pessoa não faz nada, fica o dia inteiro lá preguiçosa’, o que a pessoa precisa é de um acolhimento inicialmente”, pontua.
Identificar o comportamento de um potencial suicida é desafiador, mas possível. Apesar dos sinais mais conhecidos serem relacionados a emoções depressivas, a psicóloga ressalta que qualquer mudança brusca de comportamento pode ser um sinal de alerta. “As pessoas tendem a pensar que o suicida é depressivo, não tem nenhuma atitude, mas, na verdade, o simples ato de cometer o suicídio já é um ato de extrema euforia, a pessoa já está em um êxtase e uma angústia muito grande, porque ela tem que ter força para fazer aquilo”, destaca a psicóloga.
Sinais de alerta
“Nada mais parece fazer sentido”, “não consigo mais suportar”, “não aguento mais viver assim, eu gostaria de viver, mas não assim”, “não há mais nada que eu possa fazer, seria melhor morrer”, essas são expressões e falas do indivíduo que podem ligar o alerta nas pessoas ao redor.
Percebendo qualquer sinal, de maneira recorrente, seja no comportamento ou pelo uso de expressões, é preciso intervir. A recomendação é que se procure um psicólogo e um médico psiquiatra. “Tanto psiquiatra, quanto psicólogo são de extrema importância na vida daquele potencial suicida”, afirma a psicóloga Lia Rodrigues. “Acredito que só o fato da pessoa conseguir falar, conseguir ter um espaço terapêutico para ela, onde ela vai conseguir expor seus desejos e vontades e se sinta bem, ajuda”, completa.
De acordo com a cartilha Suicídio – Informando para Prevenir, o suicídio foi considerado durante séculos, seja por razões religiosas, morais e culturais, um grande “pecado”, talvez o pior deles. Por esta razão, ainda há na sociedade medo e vergonha de falar abertamente sobre esse importante problema de saúde pública.
A psicóloga ressalta que, acima do tabu, é necessário falar sobre o assunto. “Falar sobre medidas de prevenção, falar sobre a temática em si de uma forma preventiva, é muito importante para que as pessoas entendam que existe acolhimento, existem pessoas que passam pela mesma situação, que têm o mesmo sofrimento e elas podem ser acolhidas, que elas não estão sozinhas”.
Por essa razão, caso você conheça alguém que se encaixa em alguns dos fatores de risco e reconheça padrões de comportamento de alerta, ofereça apoio e indique suporte profissional adequado.
E se você se reconhece em alguns desses sinais, procure ajuda. Você não está sozinho.
Apoio
Mato Grosso do Sul conta com o GAV (Grupo Amor Vida), que presta serviço gratuito de apoio emocional a pessoas em crise. “Nossa missão é prevenir o suicídio mediante o apoio emocional à pessoa em crise. Você poderá falar sobre seus sentimentos sem expor sua identidade”, afirma o Grupo.
O GAV funciona das 7h às 23h, inclusive nos sábados, domingos e feriados por meio dos telefones (67) 3383-4112, (67) 99266-6560 (Claro) e (67) 99973-8682 (Vivo), todos sem identificador de chamadas.
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