A 5 dias do prazo, 23 órgãos públicos em MS não aderiram a programa que previne corrupção; veja quais

Ação tem como objetivo detectar ‘brechas’ existentes nas instituições que facilitam fraudes

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TCU coordena rede de controle em MS
TCU coordena rede de controle em MS

Em Mato Grosso do Sul, 23 instituições públicas ainda não aderiram ao PNPC (Programa Nacional de Prevenção à Corrupção), que recebe cadastros até o dia 20 de setembro. No total, 320 órgãos das esferas federal, estadual e municipal do Estado foram convidados.

O programa é idealizado pela rede de controle da gestão pública de Mato Grosso do Sul, que é uma espécie de fórum formado por órgãos como o TCU (Tribunal de Contas da União), TCE (Tribunal de Contas do Estado), MPF (Ministério Público Federal), MPMS (Ministério Público do Estado), CGU (Controladoria-Geral do Estado) e outros.

Todas as instituições públicas dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e de todas as esferas foram convidadas. 

Conforme a Rede de Controle em MS, das 320 instituições chamadas, 207 já concluíram o questionário, que avalia a vulnerabilidade dessas instituições, ou seja, quais medidas que podem evitar fraudes e corrupção estão sendo deixadas de lado.

Outras 90 já fizeram o cadastro, mas ainda não concluíram o questionário, que contém de 33 a 45 perguntas. Por fim, 23 órgãos ainda não realizaram a adesão. Confira abaixo a lista completa:

A lista das entidades que já concluíram o questionário pode ser acessada no seguinte link: https://www.rededecontrole.gov.br/verifique-adesao-pnpc

Programa avalia ‘brechas’ para prevenir corrupção

O coordenador do Programa em MS — e no Brasil — é o auditor federal de controle externo do TCU, Mário Júnior Bertuol, que explica os objetivos dessa ação. “É um trabalho inédito porque é um vácuo que não era preenchido, que é o da prevenção. A corrupção começa, justamente, dentro das organizações públicas porque é ali que tem o dinheiro”, explica.

Além disso, será realizado um levantamento inédito para mensurar o tamanho da corrupção no Brasil e em Mato Grosso do Sul. “Haverá um levantamento junto a órgãos como Ministério Público, Tribunais de Contas e Polícias [Federal e Civil] de processo e procedimentos nos últimos 3 anos sobre corrupção e valores que estão sendo tratados”, adiantou.


Coordenador da Rede de Controle em MS, Mário Júnior Bertuol – Foto: Henrique Arakaki / Midiamax

Como funciona

A rede de controle dispara aviso aos e-mails de todos os gestores, convidando a participar do programa, acessando a ferramenta e preenchendo o formulário.

Conforme Bertuol, são de 33 a 45 perguntas no questionário que o gestor deve responder.

“A maioria vai dizer que não tem as práticas. A que tem, ela tem que trazer a comprovação. Se tiver o código de ética, por exemplo, vai fazer o upload. Depois, vamos fazer a homologação dessas evidências apresentadas para certificar se está ok”.

MS saiu na frente

O programa será realizado pela 1ª vez no Brasil. Entretanto, o PNPC foi executado, como projeto-piloto, em MS, em 2019.

No último levantamento, a rede de controle identificou que apenas 8%, ou seja, 25 das 282 instituições públicas analisadas em MS adotavam medidas eficientes de combate à corrupção.

Como o projeto foi bem aceito e ganhou repercussão, passou a ser nacional e o coordenador em MS também faz a condução do programa para todo o Brasil.

Para se ter uma ideia do tamanho do projeto, órgãos como Petrobras, Banco do Brasil, Banco Central, STF e Congresso Nacional já aderiram ao PNPC.

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