Testagem em pacientes de coronavírus cresce 6 vezes em MS, mas segue abaixo de ‘epicentros’

Taxa de testagem laboratorial no Estado é de 596,1 por 100 mil habitantes, acima da média nacional; nos EUA, ela supera os 6 mil exames.

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Mato Grosso do Sul aumentou em cerca de 6 vezes a taxa de testagem laboratorial de pacientes para identificar casos de coronavírus, superando a média brasileira –mas se mantendo bem abaixo de alguns países que também enfrentaram milhares de casos de Covid-19.

Desde o início da pandemia, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) contabilizou 16.399 testes laboratoriais (do tipo RT-PCR) realizados no Lacen (Laboratório Central) de Campo Grande em casos suspeitos de coronavírus –abaixo dos 18.699 casos notificados até quarta-feira (10).

Com isso, a taxa de testagem no Estado chega a 590,1 por 100 mil habitantes. No fim de abril, quando o total de casos confirmados era inferior a 300, a taxa de testagem do Estado era de cerca de 80 por 100 mil.

A ampliação do número de testes acompanhou a escalada da doença, que nesta quarta totalizou 2.597 casos confirmados. A SES já havia rejeitado haver subnotificação no Estado, reiterando que todos os casos suspeitos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave, entre as quais se enquadra a Covid-19 e diferentes tipos de gripe) eram testados para verificar a presença do coronavírus.

A atual testagem coloca o Estado à frente da média nacional de 470,6 testes a cada 100 mil pessoas; bem como de vizinhos. No Paraná, por exemplo, foram 45.921 testes do tipo RT-PCR, o que lhe conferiria média de 401,6 testes por 100 mil pessoas, conforme relatado até terça-feira (9).

Contudo, o Governo Paranaense também contabiliza 352.340 testes rápidos até essa data, o que elevaria a testagem para 3.483,1 por 100 mil. Este tipo de exame, cujo resultado sai em minutos, costuma ter sua confiabilidade questionada –sendo confirmado em seguida por outros exames.

Questionada, a SES de Mato Grosso do Sul informou que a aplicação de testes rápidos é de competência de cada município, não havendo um balanço fechado até o momento sobre a aplicação de testes rápidos. Dentre os casos confirmados de Covid-19 em Mato Grosso do Sul até agora, 553 se deram por esta modalidade.

O Lacen do Rio de Janeiro contabiliza 47 mil testes de Covid-19 já realizados desde o início da pandemia, o que confere àquele Estado taxa de 272,2 exames por 100 mil habitantes. Além destes, outros 305 mil testes rápidos foram distribuídos à Saúde Pública do Estado –elevando a taxa de testagem para 2.038,8 por 100 mil.

Já o Governo de Mato Grosso divulgou até aqui 10.092 testes laboratoriais realizados, uma taxa de 289,6 por 100 mil –a reportagem não localizou dados envolvendo os testes rápidos.

Mato Grosso do Sul fica atrás do Distrito Federal, um dos líderes nacionais em testagem até aqui. A taxa de Brasília para os testes RT-PCR é de 750,3 por 100 mil habitantes (foram 22.625 até agora), mas, somados os 197.727 testes rápidos já realizados até 3 de junho, chega a 7.307,87.

2ª pior taxa de testagem entre os 10 países com mais casos

Apesar do aumento no volume de testes em caráter nacional, o quantitativo de exames segue bem abaixo do registrado entre os 10 países com mais casos de Covid-19 no mundo. Entre eles, o Brasil tem os segundos piores números.

Conforme informações do Worldometeres na tarde desta quarta-feira, a testagem nos EUA (que tem 7,2 milhões de casos) é de 6.681,6 por 100 mil pessoas. Terceiro foco mundial, atrás do Brasil, a Rússia faz em média 9.282 testes no mesmo quantitativo de habitantes.

O número médio do Brasil só não é pior que o da Índia, que realizou até agora mais de 5 milhões de testes –quatro vezes mais que o divulgado pelo Ministério da Saúde brasileiro. Contudo, a cobertura diante do número de habitantes (1,3 bilhão, sendo o segundo país mais populoso do mundo) resulta em uma taxa de 367 testes por 100 mil pessoas.

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