Santa Casa realiza cirurgia cerebral com paciente acordado pela segunda vez

A Santa Casa realizou uma cirurgia cerebral com paciente acordado pela segunda vez. De acordo com o hospital, o paciente recebeu alta médica em menos de 48 horas após a neurocirurgia e, antes de deixar o hospital, relatou detalhes ao ser acordado durante o procedimento. Ainda segundo o hospital, o procedimento foi realizado com o […]

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A Santa Casa realizou uma cirurgia cerebral com paciente acordado pela segunda vez. De acordo com o hospital, o paciente recebeu alta médica em menos de 48 horas após a neurocirurgia e, antes de deixar o hospital, relatou detalhes ao ser acordado durante o procedimento.

Ainda segundo o hospital, o procedimento foi realizado com o paciente acordado e conversando com a equipe médica na fase principal de retirada de um tumor.

“Tranquilo. Fiquei tranquilo, entreguei nas mãos de Deus e dos médicos”. Foi assim que o mecânico Fagner Barbosa Leal, de 29 anos, relatou o que sentiu ao entrar no centro cirúrgico para a remoção de um tumor cerebral descoberto há menos de dois meses.

Neurocirurgião da Santa Casa, Rodrigo Sola, explicou que essa técnica chamada de “Awake Craniotomy” (craniotomia acordada) é fundamental para se obter a máxima ressecção do tumor sem causar sequelas. “Quando o paciente está sedado, operamos pelo método convencional (craniotomia) baseado na anatomia da lesão. Mas, neste caso, a anestesia é diferente das demais em outras neurocirurgias, permitindo que o paciente seja acordado com segurança no meio da cirurgia, sendo útil quando o tumor está localizado em regiões cerebrais diretamente envolvidas com a linguagem”, ressaltou.

Durante a cirurgia, o médico neurofisiologista que acompanhou o procedimento, Luís Augusto Avancini Carnelos, utilizou estimulações elétricas cerebrais e testes neurológicos com o paciente acordado, afim de mapear as áreas cerebrais primordiais para a linguagem trazendo segurança ao procedimento (monitorização neurofisiológica intra-operatória).

O paciente possuía um tumor na região giro temporal inferior esquerda do cérebro, região que poderia afetar sua linguagem, por isso, a necessidade da realização desse tipo de procedimento. O médico Rodrigo alertou que apesar da eficiência no tratamento, a técnica ainda não é indicada a todos os pacientes com a mesma lesão: “Nem todos os pacientes são candidatos adequados a este tipo de cirurgia, e nem todos os tumores precisam ser operados com esta técnica”.

A esposa de Fagner se disse surpresa com a recuperação do marido no dia seguinte a cirurgia. “Ele tá andando pra cá e pra lá. Ele come, ele bebe, quer tomar banho. Perfeito na fala, não falha, a visão dele tá perfeita”, complementou Simone Kanashiro Nascimento.

O paciente recebeu alta médica em menos de 48 horas após a neurocirurgia e, antes de deixar o hospital, relatou detalhes ao ser acordado durante o procedimento. “Tô de boa!”   Animado, chegou a contar piadas que provocaram risos na equipe de médicos.

A técnica

Esta foi a segunda vez que a “Awake Craniotomy” (craniotomia acordada) foi realizada na Santa Casa de Campo Grande.  A técnica utiliza um neuronavegador para chegar ao ponto específico da lesão, associado a testes de linguagem para indicar se há comprometimento motor e/ou sensitivo durante a cirurgia. Além de eletrodos, uma manta térmica foi usada para que o paciente permanecesse confortável.

Os responsáveis pelo procedimento foram: o neurocirurgião, Dr. Rodrigo Sola, o médico anestesista da Servan, Dr. Armando Almeida, o médico neurofisiologista, Dr. Luiz Augusto Avancini Carnelos, o médico preceptor, Dr. Kleber Vargas, os médicos residentes em neurocirurgia, Dr. Adalberto Santigo e Danilo Marcato, além dos demais profissionais do centro cirúrgico do hospital. (Informações da assessoria da Santa Casa)

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