Uma vistoria feita no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) na manhã desta segunda-feira (2) verificou que quase nada mudou com relação à sobrecarga de trabalho aos funcionários. O Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) aponta um déficit geral de 261 enfermeiros e 197 técnicos de enfermagem no hospital. O Governo abriu uma seleção para o Hospital, porém foram disponibilizadas apenas 27 vagas.

O presidente do Coren, Sebastião Junior Henrique Duarte, explica que a vistoria foi feita com o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e constatou a falta de funcionários. “Hoje havia 15 pacientes na área vermelha para apenas quatro técnicos de enfermagem. Temos ainda uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) cheia com um baixo número de profissionais. Isso pode levar à morte de pacientes”, ressalta.

Segundo o Conselho, o Hospital Regional conta com uma equipe de 142 enfermeiros, 389 técnicos em enfermagem e 167 auxiliares de enfermagem. A SAD (Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização) abriu uma seleção em fevereiro com 27 vagas, mas além de não serem o bastante, segundo o Conselho, os candidatos ainda não estão atuando.

“A Secretaria disse que não vai abrir concurso porque vai passar a gestão para uma OS (Organização Social). O MPMS tinha entrado com uma ação, para que o HRMS desse uma solução para o problema, mas esse prazo venceu no dia 14 de fevereiro. Não apresentaram nenhum projeto”, diz o presidente do Conselho.

Sebastião Duarte ressalta que o HRMS recebe muitos pacientes por ser um dos maiores do estado, mas para isso, é preciso ter estrutura. Na vistoria, ele conta que pode constatar o esgotamento mental dos profissionais, que fazem até 96 horas extras por mês devido à falta de funcionários.

O Coren continua em processo de interdição ética do Hospital Regional. O Conselho havia dado um prazo até o fim de fevereiro para que fossem tomadas medidas para a contratação imediata de pelo menos 34 profissionais de enfermagem. A concessão foi feita em atendimento a pedido do MPMS, que estava intermediando o rito de interdição ética dos serviços de Enfermagem na unidade de saúde.

Em janeiro, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) propôs o plano de contingenciamento de leitos, que significa o bloqueio de leitos de setores do hospital, de forma a adequar o número de pacientes assistidos aos profissionais de Enfermagem disponíveis para assistência.