“Faz eu me sentir como se estivesse em um mundo paralelo”. É assim que Sarah Santos, de 23 anos, descreve a sensação de estar com e ser ‘julgada' por que não usa o equipamento de proteção em locais públicos.

A produtora de conteúdo para a é portadora de doença cardíaca e faz parte do grupo de risco para o coronavírus (Covid-19). Então, o uso da máscara é medida essencial para ela evitar ter problemas mais graves com a doença. “Eu sou cardíaca, então as chances de agravamento caso eu tenha a doenças são muito maiores, eu acho isso desrespeitoso principalmente com quem é grupo de risco”, declarou.

Sarah conta que no início da pandemia ficava com vergonha, mas agora não deixa passar em branco, “Agora, eu peço educadamente para a pessoa colocar a máscara. Se ela não estiver comendo ou bebendo algo, não há motivo para ficar sem máscara, certo?”.

Além de estar se expondo e colocando outras pessoas em risco, não usar a máscara fora de casa viola decreto municipal e pode ser passível de multa.

‘Peixe fora d'água': como quem usa máscara se sente em meio a pessoas desprotegidas
Mesmo quem usa máscara deve utilizá-la da forma correta.

O uso incorreto da máscara – que diminui o efeito do equipamento – também causa agonia na produtora. “Se vai usar com o nariz de fora, se vai usar ela no queixo ou se deixa a máscara jogada, para que se dar ao trabalho de usar?  Eu não costumo brigar por isso, pois sei que muita gente não tem informação da importância do uso da máscara, então sempre que posso tento explicar. Acredito que temos que ter essa responsabilidade, não só de nós mesmos usarmos, como também de dialogar com o próximo sobre isso”.

Para disseminar informação correta e orientar as pessoas, Sarah divulgou um vídeo nas orientando sobre o uso correto das máscaras; Assista:

Viral pedindo conscientização

Não precisa estar em grupo de risco como Sarah para estar consciente da importância do uso da máscara. Diante de olhares de julgamento, pessoas que utilizam a máscara lançaram um manifesto que acabou viralizando nas redes sociais, esclarecendo que o errado é quem não está se protegendo, pois acaba colocando a vida de outras pessoas em risco.

Veja o texto:

Quando eu uso uma máscara em público e nas lojas, quero que você saiba que:
Eu sou educado o suficiente para saber que posso ser assintomático e te passar o vírus.
Não, eu não vivo com medo do vírus; só quero fazer parte da solução e não do problema.
Não me sinto como se “o governo estivesse me controlando”. Me sentindo como um adulto que contribui para a segurança da nossa sociedade e quero ensinar da mesma forma aos outros.
Se todos pudéssemos viver com um pouco mais de atenção aos outros, o mundo seria um lugar melhor.
Usando uma máscara não me torna fraco, assustado, parvo ou nem ” controlado “. Isso me torna atencioso com a situação, mas também para os outros!
Quando você pensa na sua aparência, no seu desconforto ou na opinião que os outros têm de você, imagine que há um vizinho, filho, pai, mãe, avô, tia, tio ou um Amigo que está com o respirador instalado, entubado. Morrer completamente sozinho sem que nenhum membro da família se aproxime da cama.
Pergunte-se se você poderia tê-los ajudado pelo menos um pouco, talvez com uma máscara

Recomendação nº1

Tanto médicos como a própria OMS (Organização Mundial de Saúde) consideram que dentre as melhores formas de prevenir e evitar a disseminação do coronavírus é o uso de máscara.

máscara
Não usar máscara expõe tanto quem está sem proteção como quem está perto. (Foto: Marcos Ermínio, Midiamax)

Desde junho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza o uso de máscaras de tecido para todo mundo que precisa sair de casa.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, fez a mesma indicação um pouco antes, a partir do mês de abril.

No Brasil, o Ministério da Saúde reconhece que cobrir nariz e boca com tecido é uma das ações preventivas mais importantes — em seu site, a pasta até disponibiliza um guia para a confecção dessas peças em casa.

Os especialistas asseguram que a máscara traz ao menos dois benefícios: ela protege quem usa e, ao mesmo tempo, resguarda quem está por perto de um indivíduo infectado.

“O tecido vai impedir que o vírus entre no nosso nariz ou na nossa boca a partir das gotículas de saliva que saem de uma pessoa durante tosses, espirros ou conversas”, resume a médica Raquel Stucchi, da Sociedade Brasileira de Infectologia.