Que o auxílio emergencial de R$ 600 vem sendo ‘problemático’ desde o começo, não há nenhuma dúvida. Aplicativo que não funciona, cadastros que não saíram da análise, enfim, o benefício foi alvo de uma infinidade de reclamações ao Jornal Midiamax e nesta semana a novidade foi a fraude no programa que, só em Mato Grosso do Sul, foi aprovado para 1.126 servidores, que teoricamente não teriam direito.
O problema, claro, afeta diretamente quem precisa e tem direito ao auxílio, mas acabou tendo o benefício negado e na opinião da população a falta de organização na hora da análise por parte do Governo Federal foi um dos motivos para tanta fraude.
“Quem pega e não precisa é o mais ordinário, F.D.P do mundo. Precisa ter consciência. Mas falta uma organização e um sistema mais claro por parte do Governo na hora da análise. Afinal, que análise é essa que até funcionário público recebe? ‘, disse Silvio Ferreira, 53 anos, comerciante.
Precisou fazer b.o
Para o aposentado Roque César, 62 anos, parte da culpa também é de quem sabe que está errado, mas mesmo assim quer tirar proveito da situação.
“Meu cunhado precisou fazer boletim de ocorrência para receber a segunda parcela e ver quem recebeu no lugar dele. As pessoas precisam ter consciência, o brasileiro está afundando o país. Quer um lugar melhor, mas ficam fazendo o que não devia”, diz.
Também vítima de fraude, Jieales Oliveira, 28 anos, atualmente desempregado, contou a reportagem que abriram uma conta com o CPF dele e ele precisou ir ao banco para conseguir resolver a situação.
“Pegaram meu dinheiro e pagaram contas que não eram minhas. Precisei ir ao banco resolver e dera m um prazo de 10 dias. Tem muita gente que precisa e não consegue receber. As pessoas estão se aproveitando, isso é agir com má fé”, desabafa.
“O Governo precisa melhorar a tecnologia para identificar quem realmente precisa. Ésse sistema é algo muito vago, sei que muitos necessitam, mas o governo é devagar” completou.
Oportunistas sem moral
Indignada, Magda Oliveira, 46 anos, acredita que quem aproveita o momento crítico que o país vive para tentar tirar vantagem das situações é oportunista e não tem moral.
“Essa pessoa está tirando o direito de quem precisa receber. E pelo que vemos quem precisa não está recebendo, tem gente que ainda está em análise e até hoje não conseguiu. Quem frauda são pessoas oportunistas que não tem moral. E continuam dificultando cada vez mais para quem precisa, como desempregados, pais de família e autônomos”, afirma.
Opinião também da vendedora Skamlly Camargo, 22 anos. “É muito errado fazer isso. Tem gente que precisa desse dinheiro para comer, enquanto outros estão pegando para sacanear. Tem família que não tem comida. A pessoa está tirando de crianças com fome para gastar com coisa à toa, sem necessidade. ”, declarou.
Para ela o método de fiscalização também precisa ser melhorado. “Precisa de mais fiscalização no aplicativo, investigar se a pessoa realmente precisa e ainda ter um relatório sobre com que o dinheiro foi gasto’, destaca.
O Governo não está vendo
A dentista de 35 anos, Amanda Landim, no entendo acredita que esse dinheiro vai fazer falta em algum momento e por isso o governo precisa estar mais atento ao programa.
“É injusto ter tanta gente fraudando. Pessoas que precisam não estão recebendo, esse dinheiro vai fazer muita falta, brasileiro tem mania de fraudar as coisas por menor que seja. Parece que o Governo fecha o olho para não ver que quem realmente precisa não recebeu. Tem que ficar mais atento”, conclui.
