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Cotidiano

Na rede pública, aulas pela TV desanimam e adolescentes até desistem de acompanhar

Com mais de quatro meses com pandemia de coronavírus, as aulas remotas nas escolas públicas de Mato Grosso do Sul têm desanimado os alunos. Enquanto estudantes reclamam de dificuldades com a tecnologia durante as aulas transmitidas online, as aulas pela TV não atraíram a atenção dos alunos. Em alguns casos, desistir dos estudos acaba virando […]
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Com mais de quatro meses com de coronavírus, as aulas remotas nas escolas públicas de Mato Grosso do Sul têm desanimado os alunos. Enquanto estudantes reclamam de dificuldades com a tecnologia durante as aulas transmitidas online, as aulas pela TV não atraíram a atenção dos alunos. Em alguns casos, desistir dos estudos acaba virando uma opção.

A transmissão das aulas da Rede Estadual pela televisão começou em maio, como uma maneira de reforçar o aprendizado. A SED (Secretaria de Estado de Educação) contratou a Rede MS Integração de Rádio e para transmitir aulas por R$ 663.955,65. O contrato já foi prorrogado. 

Porém, as aulas pela televisão não tem chamado a atenção dos alunos. Foi o caso do estudante do primeiro ano do ensino médio Marcos Murilo, de 15 anos. Ele diz que até tentou assistir às aulas pela TV, mas o conteúdo não era o mesmo passado pelos professores nas aulas online, o deixando mais confuso. 

“Tenho dificuldade com e sem o auxílio do professor fica difícil entender. Fui assistir para ver o conteúdo que estava passando, mas não era o mesmo passado pelo professor, não assisti mais”, conta. 

Na rede pública, aulas pela TV desanimam e adolescentes até desistem de acompanhar
Aluno não conseguiu acompanhar pela TV. (Foto: Henrique Arakaki)

O estudante do segundo ano do ensino médio Heber da Silva Nunes, de 16 anos, chegou a desistir da escola. Ele conta que parou de estudar no começo da pandemia, em março. O aluno explica que ficou sem celular para acompanhar as aulas e a mãe até foi à escola para pegar as atividades impressas, mas acabou desistindo dos estudos. Ele diz que não conseguiu acompanhar pela TV. 

A aluna do segundo ano do ensino médio Jennifer , de 15 anos, também não se interessou pelas aulas na televisão. Ela continua estudando por meio das aulas online e conteúdo pelo WhatsApp, mas conta que tem dificuldade. 

“Ficava mais fácil de aprender com o professor na sala. Agora, na aula online, muitos ficam com vergonha de perguntar no chat. Fica uma aula monótona, só professor falando, mas ainda bem que disponibilizaram um horário para dúvidas”, afirma.

Jacqueline Grance, é tia de Ana Júlia, uma aluna do 4º ano do ensino fundamental. Ela conta que a menina está mais empenhada nos estudos, já que em casa a família consegue acompanhar o desenvolvimento. “Os professores estão mandando aulas pelo WhatsApp, ela está estudando mais, família fica no pé”.

Falta interatividade

O principal problema com as aulas pela TV é a falta de interatividade com os alunos. O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira, afirma que as aulas pela televisão não são uma boa opção para alunos. 

“Entendemos que é ruim [pela TV]. A interatividade entre alunos e professores com aulas online acontece, a comunicação é por sala. Na aula online, é um ambiente fechado com interatividade, mas pela TV isso é impossível”, diz.

Porém, o presidente da Federação defende que as aulas presenciais não devem voltar tão cedo. Ele explica que as redes estadual e municipal de ensino não estavam preparadas para iniciar com aulas remotas de um dia para o outro, como aconteceu, mas que esta é a única opção neste momento. Ir à escola é considerado um risco alto de transmissão do coronavírus.

“Era impossível continuar com as aulas presenciais. As aulas a distância são a resposta para continuar ano letivo. Tem dificuldades, mas foi a melhor solução”, ressalta.

Teixeira acredita que as aulas presenciais não devam retornar em 2020. Apesar das dificuldades, como alunos que não têm acesso à internet em casa, o presidente da Federação afirma que o mais importante está sendo feito. “Foi feito levantamento de famílias que têm dificuldade de acesso, para pegar o material impresso”.

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