A pandemia do novo causou interrupção das aulas presenciais nas escolas de . No entanto, a possibilidade do retorno causou revolta em diversas mães que temem que seus filhos sejam expostos aos riscos do vírus e algumas detalham que não deixar as crianças irem às escolas.

Nesta quinta-feira (13), uma série de medidas de biossegurança elaborada pela Sefes (Serviço de Fiscalização de Estabelecimentos de Saúde) foi publicada e também aprovada pela Prefeitura Municipal, Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Gestão Urbana) e Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Uma das recomendações é que as atividades como lanches coletivos e compartilhamento de brinquedos sejam suspensas.

Indignadas com possível retorno dos filhos,  algumas mães sugerem até que o ano letivo seja encerrado, já que o calendário escolar foi bastante prejudicado pela pandemia.

“Na verdade, a minha também não vai, se ficou até agora sem aula, faltando pouco pro encerramento do ano, então fica em casa. Ano que vem estuda tudo de novo se for preciso”, disse uma mãe nas redes sociais. ” Nossa mais falta tão pouco para encerrar o ano, custa deixar para voltar o ano que vem”, questiona outra mãe.

Outra mãe, que não terá o nome divulgado, explica que o Conselho Tutelar deverá ir constantemente em sua residência, porque se depender dela, os filhos não estarão indo nas aulas presenciais. “Meus filho não vão. Eu que fiz, eu que crio, eu que sustento. Então quem manda sou eu e os meu não vou expor a risco”, dispara.

Os feriados também foram lembrados pelas mães, que citam a possibilidade de emendar datas e acabasse prejudicando ainda mais as aulas. “A partir do próximo mês, já vai ter um monte de feriados, vai 2 dias na escola e vem feriado emenda tudo. Aí não tem transporte suficiente, pessoal tem que pensar um pouco”, exemplificou.

Momento inadequado

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não veem o momento adequado para o retorno das aulas presenciais nas escolas particulares. Uma reunião acontece nesta quinta-feira (13) para discutir uma data plausível diferente da proposta, que era dia 24 de agosto.

A promotora de Justiça da Saúde, Filomena Fluminhan explica que infelizmente a expectativa da data inicial proposta não deve se concretizar, mas que as partes precisam ser ouvidas nessa reunião para que possam chegar a um acordo.

A AIEP (Associação das Instituições de Ensino Privado de Campo Grande) já preparou uma nova data de retorno das aulas presenciais para apresentar ao MPE (Ministério Público Estadual). Conforme o vice-presidente da AIEP, Gabriel Mazzoco, as escolas já veem com dificuldade o retorno para o dia 24 de agosto, como havia sido pré-definido na última reunião. “É provável que não seja nessa data, tendo em vista o número de leitos ocupados”, informou.

Entretanto, a entidade não quer sair da reunião sem uma data definido. Por isso, já está com uma contraproposta em mãos, caso a primeira data seja negada.