Todos os dias uma moradora de Selvíria, a 406 km de Campo Grande, recebe a visita de um grupo de Araras-Canindé, que pousam na varanda da residência há pelo menos seis meses a procura de comida.

Conforme o Portal Selvíria, a moradora Célia da Silva começou a receber a visita inusitada em meados de agosto de 2019, quando uma única arara apareceu no quintal e ela resolveu trata-la com sementes de girassol. “Ela chegou voando e sentou na minha cadeira. Eu dei girassol para ela, e dali em diante ela começou a vir todos os dias”, contou Célia.

Depois de uns dias, a arara começou a tornar a visita mais frequente e chegava a até entrar na cozinha da casa de Célia para degustar melancia na pia. Por ser sempre alimentada, a arara chamou outras ‘colegas' e agora as aves chegam em grupo de até cinco araras procurando o que comer.

MS Selvagem: procurando comida, araras ‘visitam' moradora todos os dias
Foto: Portal Selvíria

Época de risco para as araras

Vale lembrar que o mês de janeiro é o mês em que os filhotes juvenais das araras saem do ninho para aprender a voar e podem correr o risco de se acidentar. Conforme a coordenadora e criadora do instituto, Neiva Guedes, a equipe tem trabalhado duro desde novembro promovendo o resgate das ararinhas no perímetro urbano de Campo Grande.

“Esse é o período que elas saem dos ninhos e como estão aprendendo a voar, elas esbarram em muros, árvores e na rede elétrica. É importante que quando um morador perceber uma arara caída, ela prenda os animais domésticos naquele momento e tente colocar em um lugar mais alto possível o filhote [de arara]”, disse Neiva ao Jornal Midiamax.

O ideal, conforme a coordenadora, é que o morador não pegue a ave com as mãos, mas sim com um galho de árvore resistente ou um cabo de vassoura. Feito isso, a arara deve ser elevada até uma árvore e ela mesma se deslocará para o galho. Novamente no alto, o morador permite que o animal continue sendo alimentado pelos pais até que consiga “se virar” sozinho.

Quando o morador tentar fazer essa manobra, mas a ararinha não se mover, é porque ela pode ter sido ferida na queda. Diante desta situação, é importante acionar a PMA (Polícia Militar Ambiental) ou o Instituto Arara Azul.

“Quando o bicho está imóvel é porque ele realmente está machucado e é porque ele não está bem. Neste caso, a pessoa deve ligar para nós ou a PMA imediatamente”, afirmou. Neste período de aprendizado para as araras, o Instituto tem recebido, em média, uma ligação por dia para socorrer, mas teve dias, segundo Neiva, que equipe chegou a se deslocar três vezes pela cidade para atender solicitações.

A população quando ver um filhote machucado, deve acionar a PMA no telefone (67) 3318-6700 ou o Instituto Arara Azul no (67) 3222-1205. A organização pode ser contatada através das redes sociais no (aqui) ou no Facebook (aqui).