As metas previstas pelo Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, ainda não foram alcançadas este ano em Mato Grosso do Sul. São nove vacinas previstas para a imunização de crianças de 0 a menores de 2 anos. Segundo a Saúde, a falta de adesão dos pais à ção dos filhos ocorre devido ao receio do contágio do Covid-19, o que pode fazer com que as crianças fiquem expostas a outras doenças.

“Isto tem dificultado o desenvolvimento das atividades de vigilância, uma vez que nossa maior demanda de cobertura vacinal são crianças e estas estão em casa temporariamente. Outro fator preponderante é a insegurança da população em procurar unidades de saúde, tendo em vista que em alguns municípios, por necessidade, as unidades de saúde estão apenas com atendimento a pacientes com suspeita ou confirmação para Covid-19”, pontua a Gerente Técnica de Imunização da SES, Ana Paula Rezende de Oliveira Goldfinger.

Segundo ela, as vacinas imunobiológicos de rotina e especiais continuam sendo disponibilizadas normalmente nas Unidades Básicas de Saúde, Hospitais, Maternidades e no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais.

Dados do Ministério da Saúde referentes a MS apontam que a taxa de vacinação infantil vem apresentando queda neste ano. É o caso da Vacina BCG, responsável pela proteção das formas mais graves da tuberculose, como tuberculosa e tuberculose miliar. Enquanto em 2019 o índice de imunização foi de 113,54%, neste ano é de 49,08%. O Programa Nacional de Imunização prevê como índice ideal 90% de cobertura vacinal.

Quanto a Hepatite B, que previne a infecção do fígado em crianças menores de 1 ano, o índice se manteve abaixo dos 95% previsto. Enquanto em 2019 o índice de imunização foi de 85,19%, os primeiros nove meses de 2020 registram 62,36%. Rotavírus, que protege os bebês das doenças diarreicas agudas (DDA), ultrapassou no ano passo o índice de 90%, fechando em 94,12% de cobertura. Neste ano, até o momento o índice está em 65,78%.

Em crianças menores de 2 anos, a vacina tríplice viral, que combate o sarampo, caxumba e a rubéola, fechou 2019 com 104,53%, acima do recomendado que é 95%. Neste ano, o percentual está em 62,10%. A Hepatite A, que afeta o fígado por via oral-fecal, causando infecção aguda, registrou 93,74% de cobertura. Neste ano, apenas 58,39% do público-alvo foi vacinado.

Os demais dados ainda apontam: pentavalente com índice de 85,15% em 2019 e 62,36% em 2020; pneumocócica em 2019 com 97,44% caiu para 68,03% de imunização; meningocócica C, no ano passado atingiu índice de cobertura de 96,54%, neste ano registra até agora 65,07%; chegou perto do previsto, com 93,77%, e até agora alcançou o índice de 61,63%; e a febre amarela de 88,27% em 2019 está com 52,19% neste ano.

Ação de vacinação

Como estratégia de resgate da vacinação da população, foi desenvolvido um card/mídias – claro e objetivo -, idealizado especificamente para a população, divulgado por mídias digitais. “Ainda estamos em fase de finalização para impressão de calendários instrutivos para profissionais de saúde atuantes em salas de vacinas-imunizações, visto que hoje no Brasil, ao todo, são disponibilizadas 19 vacinas para mais de 20 doenças, cuja proteção inicia ainda nos recém-nascidos, podendo se estender por toda a vida”, explica Ana Paula.