Até a última segunda-feira (14), 3.043 indígenas haviam sido infectados pelo coronavírus em . Além disto, dos 34 Dseis (Distritos Sanitários Especiais Indígenas) brasileiros, MS é o com maior número de casos de coronavírus entre indígenas.

Os dados são levantados pela Sesai (Secretaria de Saúde Indígena). Em seis dias foram confirmados 110 novos casos da doença entre povos nativos.

De acordo com o Boletim da Secretaria, já foram registradas 73 mortes de indígenas do Estado, causadas pela doença. Atualmente, quatro casos aguardam confirmação da doença e seguem como suspeitos. Segundo os dados, do total de casos, 73 indígenas sul-mato-grossenses ainda estão infectados pela doença.

Coronavírus nas aldeias

De acordo com o relatório Nossa luta é pela vida: Covid-19 e povos indígenas, a falta de implementação de medidas biossegurança foi o estopim para a entrada do coronavírus nas aldeias. O documento foi publicado em 10 de dezembro e analisa o panorama de casos e enfrentamento da pandemia em vários povos indígenas do Brasil. A Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), em parceria com diversos conselhos indigenistas, foi responsável pelo documento.

“Foi o o principal responsável pela entrada do vírus em diversas aldeias do Mato grosso do Sul”, destaca o relatório. Além disto, o documento afirma que a etnia Terena é a terceira com mais mortes registradas pelo Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena.

Aglomerações no MS

Um dos casos de aglomerações causadas pela gestão estadual que gerou casos de coronavírus em aldeias aconteceu em julho. Líderes das comunidades indígenas terena de MS apresentaram sintomas da doença e foram internados em 19 daquele mês. O caso aconteceu após evento do Governo do Estado na região, que causou aglomeração.

Célio Fialho é cacique da aldeia Bananal e Julison Farias é da aldeia Água Branca, ambas são localizadas no território indígena Taunay-Ipegue. De acordo com membros da comunidade, os dois estavam presentes no lançamento das obras da implantação do segmento da rodovia MS-442, no trecho do entroncamento da BR-262 até o território. Assim, no evento do Governo, que aconteceu em 2 de julho, estavam presentes políticos e indígenas da comunidade.

Além disto, em 22 de julho, mais 40 indígenas foram diagnosticados com a doença nas aldeias de , a aproximadamente 140 km de .