A confirmação de mais 3 mortes por coronavírus na tarde deste domingo (28) pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) consolidou uma previsão feita horas antes, pela manhã, anunciada pelo titular da pasta, : fecharia junho com cerca de 5 vezes mais mortes pela em relação a maio, dentro de um cenário onde há subnotificações.

Com os novos dados, que elevaram o número de mortos pela doença no Estado para 75, o total de óbitos neste mês chegou a 55, o equivalente a uma alta de 500% sobre os 11 registrados em maio, ou seja: 5 vezes mais. Houve também uma morte em março e 8 óbitos em abril.

O volume de óbitos é resultado do avanço da doença, que já chegou a praticamente todas as cidades e totalizou, até o momento, 7.527 casos – com 3.926 pacientes recuperados e 3.357 casos ativos, além de 174 internados e do total de mortes. A taxa de letalidade é de cerca de 1% dos casos.

Ao manifestar os pêsames às famílias que perderam parentes para a Covid-19, pela manhã, Geraldo Resende salientava o acréscimo de 4 mortes ao boletim de domingo – horas depois, a SES confirmou mais 3 óbitos, a serem integradas nos dados oficiais na segunda-feira (29) – e o fato de a Covid-19 continuar a avançar no Estado.

“Em maio tivemos 11 mortes. E até o dia de hoje houve 62 em junho. E ainda temos mais 2 dias nesse mês. Certamente, teremos mais de 5 vezes as mortes em relação ao mês anterior”, destacou o secretário, reforçando ainda haver “um percentual bastante significativo” de pessoas que se recuperou.

Em 24 de junho, o Covid Analytics, modelo de previsão elaborado por um grupo de professores da PUC-RJ, havia estimado que o número total de óbitos no Estado poderia ficar entre 61 mortes (número mais otimista) até 30 de junho, ou atingir 105 até o dia 30.

A média prevista no estudo era de se chegar a 75 óbitos no último dia de junho. O número acabou atingido 2 dias antes do fim do mês. Já o dado mais atualizado, calculado no sábado (27), previa um total de mortes entre 76 e 94 neste mês. Para este domingo, o número estaria entre 72 e 84.

Secretário alerta para aumento da ocupação de leitos hospitalares

O boletim deste domingo da SES também confirmou uma taxa média de ocupação de 60% dos leitos hospitalares no Estado, sendo que os exclusivos para pacientes de coronavírus já estão 40% lotados. “É a taxa global no Estado, mas em alguns municípios já ultrapassa 70%”, disse, ao mais uma vez cobrar responsabilidade da população no enfrentamento à pandemia.

“É uma preocupação a mais e a gente, logicamente com essa preocupação, chama a atenção para o principal responsável pelo aumento de casos e da taxa de ocupação de leitos de UTIe clínicos: o cidadão e a cidadã de Mato Grosso do Sul, a quem imputamos responsabilidade pelo acréscimo significativo de casos no Estado”, disparou Geraldo.

Em sua fala, o secretário afirmou que a população “não quer colaborar”. “É uma desobediência cega. Apesar de estarmos aqui pela 103ª vez [número de lives já realizadas pelo Governo do Estado para divulgar dados do coronavírus], ainda não conseguimos mudar a cabeça das pessoas que acham que esta é uma gripezinha, que os números estão exagerados. Muito pelo contrário”, afirmou.

Secretário admite subnotificação e cobra apoio dos municípios

Geraldo afirma que estudos em poder da SES apontam que há um grande número de casos subnotificados no Estado, envolvendo pessoas que tiveram Covid-19 e não manifestaram sintomas “e, assim, não estão computadas porque não fizeram exames”.

Ele ainda afirmou que, mesmo com o Estado ampliando o total de exames no sistema drive-trhu, outros municípios estariam “deixando de fazer sua parte no combate à Covid-19 e tentando direcionar todos os pacientes que precisam de exames para os drive-thru”. Ele advertiu, porém, que diferentes unidades de Saúde receberam materiais e treinamento de pessoal para a coleta dos exames.

“Gostaria de falar mais uma vez para os secretários municipais de Saúde: vamos pubicizar onde está sendo feita a coleta de exames no Estado, todas as unidades de Saúde”, afirmou o secretário, destacando que o Laboratório Central de realiza cerca de 600 exames diários, mas há 3.909 casos que ainda aguardam encerramento dos municípios –sendo 1.594 em , 819 em Campo Grande, 231 em Rio Brilhante, 64 em Mundo Novo e 291 em , entre outros.

Por fim, o secretário ainda pediu que os prefeitos monitorem os casos positivos.

“É uma tarefa que os municípios precisam cumprir e alguns estão fraquejando”, afirmou. “Só assim vamos fazer que não haja expansão da doença”.