As estatísticas a serem fechadas nesta terça-feira (30) referentes ao avanço do coronavírus em no mês de junho trarão um acréscimo de mais de 6,1 mil infectados pela doença, número que por si só é quase 400% maior que o total registrado em 1º de junho.

Com o passar dos dias deste mês, a doença adquiriu números cada vez maiores, que incluem a evolução no total de doentes, de óbitos e da taxa de ocupação hospitalar. Como “boa notícia”, aumentou também a proporção de pacientes recuperados em relação aos casos ativos: hoje, há mais pessoas que se livraram do do que pacientes sofrendo com ele.

O avanço da doença vai ao encontro das expectativas de autoridades de Saúde, que previam a evolução da ao longo deste mês e, pelo menos, nas primeiras semanas de julho –o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, mostra preocupação sobretudo com os próximos 15 dias, em meio à acentuação do inverno e chegada de frentes frias e a falta de comprometimento da população para enfrentar a pandemia, com o abandono do isolamento social.

Em 1º de junho, boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde apontava para 1.568 casos confirmados. A realidade daquele dia incluía relatos de casos em apenas 11 municípios, com Dourados liderando com 27 novos casos e apontando 19. O Estado tinha 20 mortes no total.

Os números do início do mês ainda apontavam casos positivos em 50 dos 79 municípios do Estado, ou 63% do total. Hoje motivo de preocupação, a taxa de ocupação de leitos hospitalares era baixa: de 1,3% das vagas clínicos (51 pacientes para as até então 1.054 vagas existentes) e 2,8% de UTI (14 internados para 289 leitos abertos).

Eleita indicador favorito de muitas pessoas que consideram exagerada a atenção dada à pandemia, a taxa de pacientes recuperados era bem menor no início de junho: dos 1.568 pacientes confirmados, apenas 532 já tinham superado a doença, o equivalente a 33,9% do total.

Os dados divulgados nesta segunda-feira (29), ainda relativos ao dia anterior, indicam números bem maiores. A começar pelo total de infectados: 7.676, ou 6.108 a mais (uma alta de 389,5%). O avanço no total de óbitos acumulados até então também impressiona: eram 20 até maio, ante 75 nesta segunda.

O número de mortes ao longo de junho (55) representa, sozinho, um aumento de 275% em relação a todas as mortes de coronavírus registradas durante a pandemia no Estado. Apenas em maio foram 11 mortes (evolução de 500% na comparação entre os dois meses).

O volume de leitos hospitalares ocupados também registrou variação, com uma metodologia diferenciada adotada pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), que passou a contar apenas as vagas efetivamente disponíveis para uso. Até esta segunda-feira, havia 168 pacientes internados, sendo 86 clínicos (alta de 68,6%) e 85 de UTI (507% a mais na comparação com o dia 1º).

Com menos leitos e aumento no total de pacientes, o percentual de ocupação aumentou: chegou a 14% em relação aos 670 leitos clínicos disponíveis e 14% quanto aos 199 de UTI prontos para uso.

Por outro lado, a proporção de pacientes recuperados sobre o todo de infectados aumentou consideravelmente: dos 7.676 casos registrados até segunda, 4.227 venceram o coronavírus, ou 55% do total.

Previsão da Covid Analytics aponta até 18,7 mil casos em 12 de julho

Os números ainda não são absolutos: os boletins desta terça-feira (30, com números de segunda-feira) e quarta (1º, dados do dia anterior) deverão trazer um panorama mais exato do que foi junho em relação à Covid-19. Contudo, até o momento, os dados seguem dentro de previsões de especialistas do setor, como o Covid Analytics, grupo capitaneado pela PUC-RJ que trabalha com projeções sobre o avanço do coronavírus nos Estados.

esta segunda-feira, os estudos indicaram três cenários de contaminação, com 7.743 infectados, 7.527 e 8.117. Nesta terça, os números oscilam entre 8.165, 7.609 (já superado) e 8.722.

Dado mais distante projetado pelo grupo, o dia 12 de julho pode registrar entre 10.062 casos (no melhor cenário) a 18.753 (no pior), com previsão média em 14.407 infectados. Os dados são elaborados com base em possíveis taxas de reprodução do coronavírus –isto é, o volume de pessoas que um infectado pode contaminar. Em 27 de junho, último dado observado pelo grupo, ela era de 1,43 (isto é, um grupo de 100 infectados pode contagiar 143 pessoas).