O clima pode voltar a ficar tenso em Dourados. Cinco dias depois do conflito entre indígenas e proprietários rurais,  que aconteceu na sexta-feira passada e acabou resultando em troca de tiros, com quatro pessoas baleadas, agressões e pedradas, algumas lideranças se reuniram nas proximidades da “Estância Parque dos Eucaliptos”, periferia de Dourados.

De acordo com informações apuradas pelo Midiamax, uma equipe da Força Tática da Polícia Militar foi acionada para acompanhar as movimentações na área, que começaram por volta das 15h e duraram até o início da noite. Apesar de nenhum incidente ter sido registrado, as autoridades policiais não descartam a possibilidade de um novo confronto.

O conflito que envolve indígenas e ruralistas pela disputa da área localizada entre a Avenida Guaicurus e a saída para Itaporã  mobilizou o Governo Federal. Na segunda-feira o Ministério da Agricultura enviou o secretário Nacional de Assuntos Fundiários, Luiz antônio Nabhan Garcia e o presidente em exercício da FUNAI (Fundação Nacional do índio),  Alcir Amaral Teixeira para discutir soluções para o problema.

Depois de mais de duas horas reunidos com ruralistas no Sindicato Rural de Dourados, o secretário Nacional de Assuntos Fundiários e  o presidente em exercício da FUNAI, também se encontraram com delegados da Polícia Federal. Após um sobrevoo na área de conflito, eles conversaram com representantes dos indígenas.

Apesar das tentativas de apaziguar os ânimos, principalmente com a presença de representantes do Governo Federal, até o momento nenhum passo concreto foi dado. O que existe, segundo o presidente do Sindicato Rural Lúcio Damália é a promessa de realização de uma audiência pública que ainda não tem data para ser realizada.

Por outro lado, Teixeira, que é Delegado da Polícia Federal e está há cinco meses no comando da Funai de forma interina, ressaltou que a nova administração do órgão é “altamente legalista” e que ele não é inimigo do pecuarista, mas que ele existe para defender os direitos dos indígenas também. “Mas nós vamos defender o direito de quem tem direito. Tanto o pecuarista quanto o indígena”, disse.

Embora interino, o presidente deixou clara a posição da Funai diante dos acontecimentos relacionados aos conflitos recentes que envolvem indígenas e produtores de Dourados. “Não aceitamos e nem vamos dar apoio a nenhuma invasão”, ponderou Teixeira.Segundo ele, os próximos passos do órgão será apurar, junto com as forças de seguranças, quem são os responsáveis por essas situações.