Equipe da Santa Casa realiza a quinta cirurgia contra Parkinson

Uma aposentada de 67 anos foi diagnosticada há mais de dez anos com a doença de Parkinson. Ela teve que conviver com sintomas que começaram de maneira leve, mas que, ao longo dos anos, foram evoluindo, chegando a sofrer com tremores, rigidez e bradicinesia (lentidão anormal dos movimentos voluntários). No último dia 6, terça-feira, a […]

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Uma aposentada de 67 anos foi diagnosticada há mais de dez anos com a doença de Parkinson. Ela teve que conviver com sintomas que começaram de maneira leve, mas que, ao longo dos anos, foram evoluindo, chegando a sofrer com tremores, rigidez e bradicinesia (lentidão anormal dos movimentos voluntários). No último dia 6, terça-feira, a equipe comandada pelo médico neurocirurgião, Dr.  Newton Moreira, conduziu o procedimento na paciente para proporcionar, principalmente, o controle dos movimentos involuntários.

A técnica utilizada no caso é altamente complexa, conhecida como Deep Brain Estimulation (Estimulação Cerebral Profunda), que consiste na implantação de um eletrodo na região que controla os movimentos do corpo, localizada no núcleo subtalâmico (região profunda do cérebro).  Em seguida, é feita a implantação de um pequeno gerador de marca-passo na região torácica, gerador este, que fornecerá a eletricidade para o estimulador inserido no cérebro.

Durante a intervenção cirúrgica, a paciente permaneceu acordada, porém, sob anestesia local, respondendo às perguntas da equipe e obedecendo comandos motores estimulados pela médica neurofisiologista, norteando os caminhos a serem seguidos na implantação do eletrodo no cérebro. Foram horas dentro do centro cirúrgico, sendo quatro delas em procedimento. Depois da recuperação pós-anestésica e já na enfermaria, era visível a melhora nos movimentos e a diminuição da rigidez.

A professora, que tem três filhos e seis netos, contou sobre a expectativa em parar de tremer e o dia longo que teve. E a lembrança difícil do passado, hoje é parte da história de superação. “Estou muito bem e feliz, já me considero uma nova pessoa! Antes eu andava toda torta e encurvada, com um andador e isso era muito constrangedor, já não queria mais sair de casa. Sempre fui muito ativa enquanto professora, lecionei por 33 anos para o Ensino Médio, me aposentei e depois que adoeci não conseguia fazer mais nada. Meu corpo da cintura para cima, tremia 24h. Agora tudo mudou! ”, comentou a paciente.

Dr. Newton explicou que o caso desta paciente foi um dos mais “redondinhos” em relação aos outros quatro casos operados na Santa Casa de Campo Grande, o que se deve ao fato de todos os exames confirmarem a patologia e de ser uma indicação em tempo de trazer resultado. “O diagnóstico dela era de anos, tomava as medicações, mas não estavam mais resolvendo. Fizemos a avaliação e evidenciamos a necessidade de operar. Os testes foram bem tranquilos, inclusive no intra-operatório, ela já começou a responder bem aos estímulos apenas pelo fato de posicionar o aparelho (eletrodo), isso porque ele só será ligado em duas semanas”, lembrou o médico.

Esse tipo de procedimento tem indicação específica para ser realizado, pacientes com mais de cinco anos de doença ou nos casos em que ela é muito incapacitante, são algumas delas. Para isso, um aparelho é implantado para a estimulação cerebral e que permite um alívio a partir da estimulação elétrica no ponto em que ele é instalado. A cirurgia é apontada para reduzir a quantidade de medicamentos aos quais os pacientes são submetidos, e retardar o efeito da doença (não sendo uma substituição). Em consequência, diminui os efeitos colaterais dos medicamentos no organismo e proporciona melhor qualidade de vida.

A humanização no atendimento fez parte do tratamento da professora e 24h após o procedimento cirúrgico, ela recebeu alta hospitalar e pode voltar para casa, em Rochedo, cidade onde reside ao lado da família. A alta antecipada é também uma forma de prevenção a outras infecções quando o paciente apresenta boa evolução. Normalmente, ele permanece por 48h em observação. Ansiosa com a notícia e feliz pelo resultado, a professora agradeceu e parabenizou a equipe que esteve envolvida com o seu caso. “Encontrar esses médicos foi realmente um achado, agradeço muito pelo atendimento desde o início. Foi um ano e meio de contato até que hoje, eu conseguisse retornar para minha casa e família bem melhor da hora que cheguei.

A equipe responsável pelo procedimento foi o médico neurocirurgião, Dr. Newton Moreira, a médica neurologista e neurofisiologista, Dra. Nathalia Cristaldo, o médico anestesista, Dr. Alexandre Alonso, além dos demais profissionais como: instrumentador cirúrgico, enfermeiros e técnicos em enfermagem do centro cirúrgico do hospital. (Informações da assessoria)

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