Equipamentos de combate a incêndio foram testados um dia antes de tragédia, diz Atacadão
No domingo, incêndio destruiu o Atacadão da avenida Duque de Caxias e imagens mostram brigadista segurando mangueira com água sem pressão
Arquivo –
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O Atacadão informou que os equipamentos de combate a incêndio foram testados um dia antes do fogo que destruiu a unidade da avenida Duque de Caxias, no domingo (13), em Campo Grande.
Em nota, a assessoria de imprensa da rede atacadista reforça que “toda a documentação da loja, assim como os equipamentos estavam em dia, de acordo com a legislação”.
Especialista ouvido pela reportagem do Jornal Midiamax avaliou imagens que mostram o início do combate às chamas e indicou que houve falha “só não sei se técnica ou humana”.
No caso dos equipamentos terem sido testados um dia antes do incêndio no Atacadão, a suspeita recai sobre a falha humana. Conforme o especialista, que é empresário no ramo de formação de brigadistas para empresas, o vídeo mostra um brigadista com a mangueira saindo água fraca, sem pressão. Isso ocorreu, segundo ele, porque a bomba de pressurização não foi acionada. Existe um botão ao lado do hidrante para acionar a pressão, porém “algum brigadista não conseguiu acionar essa botoeira, até mesmo por nervosismo, ou ela estava com defeito”.
Questionada sobre a quantidade de brigadistas disponível no momento do incêndio, a assessoria do Atacadão limitou-se a informar que “no momento do incêndio, a loja contava com funcionários brigadistas, que atuaram imediatamente para conduzir a situação”.
Em relação a quando ocorreu o último treinamento ou simulação para manter a equipe de brigadistas preparada para uma situação assim, a empresa informou apenas que “equipe de brigadistas passa por um treinamento periódico”.
Polícia vai analisar câmeras de segurança
O delegado responsável pelas investigações do incêndio, Bruno Urban, informou na manhã desta terça-feira (15) que irá requisitar as imagens de câmeras de segurança. Assim, será possível analisar atitudes suspeitas que possam ajudar a elucidar o caso. “Não vamos pedir só a filmagem, mas sim todo o aparelhamento de gravação, analisaremos a conduta de algumas pessoas dentro do mercado, se há conduta suspeita de algum cidadão dentro da unidade”.
A perícia ainda não explorou toda a área, pois há focos de calor, pequenas explosões e risco de desabamento. Por isso, as equipes da Polícia Civil entram aos poucos, conforme os bombeiros vão liberando o acesso a algumas partes.
Em declaração à imprensa, o delegado não descartou hipótese alguma. “Não podemos descartar acidente como um curto-circuito ou incêndio criminoso”, declarou.
Tragédia poderia ter sido evitada
Então, conforme a opinião do especialista em brigadas empresariais, a tragédia poderia ter sido amenizada, caso a ação inicial dos brigadistas tivesse sido efetiva. “Pelas imagens, só havia uma linha de fogo, na gôndola. A chance de ter apagado o fogo ali era grande se tivesse sido acionado tudo corretamente. Assim, não teria tomado essa proporção”, avalia.
“Eu vi que o Atacadão informou que alguns brigadistas cuidavam da evacuação do local e fizeram isso muito bem feito, pois não houve feridos. Entretanto, a equipe tem que estar preparada para realizar as duas tarefas [evacuar e combater as chamas] simultaneamente”, concluiu.
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