Imagens sugerem despreparo em incêndio do Atacadão em Campo Grande, diz especialista

Especialista consultado pela reportagem do Jornal Midiamax aponta que houve falha no combate ao princípio do incêndio que praticamente destruiu o Atacadão da avenida Duque de Caxias. Vídeo que circulou pelas redes mostra um brigadista segurando uma mangueira com a água sem pressão, quase que sem fazer efeito no incêndio, que ainda estava restrito a […]

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Especialista consultado pela reportagem do Jornal Midiamax aponta que houve falha no combate ao princípio do incêndio que praticamente destruiu o Atacadão da avenida Duque de Caxias.

Vídeo que circulou pelas redes mostra um brigadista segurando uma mangueira com a água sem pressão, quase que sem fazer efeito no incêndio, que ainda estava restrito a algumas gôndolas do atacadista.

Conforme um empresário do setor de formação de brigadas para empresas, que pediu para não ter a identidade revelada, as imagens sugerem que houve falha. “Não sei se foi técnica ou humana, mas houve falha”, declara.

O especialista explica que ao lado do hidrante existe um botão, que aciona a bomba de pressão. “Ou algum brigadista não conseguiu acionar essa botoeira, até mesmo por nervosismo, ou ela estava com defeito”, explica.

Imagens sugerem despreparo em incêndio do Atacadão em Campo Grande, diz especialista
Botão para acionar a bomba fica ao lado do hidrante e é semelhante a este da imagem

Na hipótese de falha humana, o que acontece, nas palavras do técnico, é que a equipe de brigadistas de qualquer empresa aprende a acionar esse botão no treinamento e depois não são realizados novos treinamentos. Então, quando chega na hora do incêndio, ele não está preparado.

Outra hipótese levantada pelo especialista é a de falha técnica. Por não ser comumente usado, podemos pensar que esse dispositivo não deveria estragar, mas isso é comum de acontecer. “É um dispositivo que muitas vezes é testado somente no treinamento e nas vistorias, então fica sem uso por um ano ou mais. Assim, quando dá defeito ninguém fica sabendo”, detalhou.

Acionamento da bomba

Conforme o chefe da assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros, coronel Carminati, o Atacadão informou que a filmagem mostra o momento em que os brigadistas ainda estariam montando a mangueira e que tem um período até que a bomba de pressurização seja acionada.

A explicação, porém, é contestada pelo empresário, que explica que as imagens mostram a água já saindo da mangueira. “Logo após conectar a mangueira no hidrante, você aciona a bomba, que tem um tempo de resposta médio de 5 segundos”, detalha o especialista, acrescentando que a parte mais demorada é montar a mangueira, que demora entre 30 segundos e 1 minuto.

Imagens sugerem despreparo em incêndio do Atacadão em Campo Grande, diz especialista

Em nota, a assessoria do Atacadão informou ao Jornal Midiamax que não tem informações sobre falhas no equipamento, mas que está “contribuindo com a perícia para ter resposta mais assertiva sobre o ocorrido”.

Tragédia poderia ter sido evitada

Ainda conforme a opinião do especialista em brigadas empresariais, a tragédia poderia ter sido amenizada, caso a ação inicial dos brigadistas tivesse sido efetiva. “Pelas imagens, só havia uma linha de fogo, na gôndola. A chance de ter apagado o fogo ali era grande se tivesse sido acionado tudo corretamente. Assim, não teria tomado essa proporção”, avalia.

“Eu vi que o Atacadão informou que alguns brigadistas cuidavam da evacuação do local e fizeram isso muito bem feito, pois não houve feridos. Entretanto, a equipe tem que estar preparada para realizar as duas tarefas [evacuar e combater as chamas] simultaneamente”, concluiu.

Certificação

Toda empresa que tem equipe de brigadistas deve passar pela verificação do Corpo de Bombeiros. Conforme o coronel Carminati, os certificados do Atacadão estavam em dia. “Em relação à documentação, tudo ok”, confirmou.

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