A família de Luciano Abel, de 26 anos, que morreu após ser atropelado por um carro, conduzido por um advogado, bêbado e sem CNH (Carteira Nacional de Habilitação) fez uma manifestação na manhã desta segunda-feira (26) e pediu um posicionamento da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso do Sul). Também reivindica que o advogado perca o registro da Ordem.
Isso porque, segundo a família, a OAB-MS está defendendo um assassino. “Ninguém foi defender meu filho, mas procurou o advogado que estava preso. Nós estamos aqui porque queremos que ele continue preso, queremos justiça”, afirma a mãe de Luciano, a professora Edeves Carvalho de 55 anos. “Quantas outras vezes ele não fez coisa errada achando que estava certo, se achava acima da lei”.
A manifestação contou com cerca de 25 pessoas, entre familiares e amigos. “Ele [advogado] confessou que estava bebendo, com a carteira vencida há cinco anos”, lamenta o amigo de Luciano, Jamil Arosco. “O Luciano tinha conquistado muitas coisas, comprou casa, moto e queria ter um filho”, relembra o amigo.
Luciano era o filho do meio da professora que também tem mais uma filha policial. “Eu nunca mais vou ouvir ele me chamar de mamãe”.
O acidente que acabou na morte de Luciano aconteceu por volta das 4 horas da segunda-feira, 19 de outubro, quando o militar estava na sua motocicleta, na rua Centauria para entrar na Avenida Ministro João Arinos e o carro Cobalt, de cor branca, estava vindo na avenida e quando a motocicleta atravessou houve a colisão.
O militar morreu no local. O motorista tentou fugir a pé depois de abandonar o veículo no meio da avenida, mas foi alcançado perto da Cepol e preso. O motorista não tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e estava embriagado, sendo que o teste do etilômetro deu como resultado 0,79 mg/l.
Em nota, OAB informou que os familiares foram recebidos pelo presidente da OAB-MS . “Os familiares e amigos foram recebidos, nesta manhã, pelo Presidente da OAB/MS e toda Diretoria, que além de lamentarem a morte do PM, explicaram como funciona a abertura e análise de procedimento ético-disciplinar na instituição.
O Presidente Mansour Elias Karmouche ressaltou que a OAB/MS não fará a exclusão do advogado sem o devido processo legal, dentro dos ditames constitucionais e legais e ainda de que as prerrogativas profissionais são garantidas pela Lei 8.906/94”, diz o texto.
(Matéria editada às 12h30 para acréscimo de informações).