Em 6 anos, chikungunya e zika vírus deixaram quase 2 mil doentes na Capital

Relativamente novas quando comparadas com a dengue, que desde os anos 1980 é um problema para a Saúde Pública de Campo Grande, a febre chikungunya e o zika vírus, juntos, deixaram quase 2 mil doentes na Capital em um intervalo de cinco anos. Os dados constam no Plano de Contingência para Situação de Epidemia de […]

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Relativamente novas quando comparadas com a dengue, que desde os anos 1980 é um problema para a Saúde Pública de Campo Grande, a febre chikungunya e o zika vírus, juntos, deixaram quase 2 mil doentes na Capital em um intervalo de cinco anos.

Os dados constam no Plano de Contingência para Situação de Epidemia de Dengue, Chikungunya e Zika, publicado nesta segunda-feira (30) em suplemento do Diário Oficial do Município, que deixa clara as preocupações com doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e que, se por um lado se mostraram menos letais que a dengue, têm um potencial de deixar sequelas por muito mais tempo –até mesmo por toda uma vida. Juntas, as doenças causaram 1.926 infecções na cidade.

O primeiro caso autóctone (contraído na região) de chikungunya na Capital se deu em outubro de 2014, com o primeiro caso autóctone. No ano seguinte, a doença “desapareceu”, voltando em 2016 com 192 notificações e 8 casos confirmados. Em 2017, foram 150 notificações e 46 casos confirmados –quase uma média de 1 doente para 3 suspeitas– e, em 2018, foram 311 suspeitas e 76 confirmações.

Até julho de 2019, último dado atualizado sobre a doença e que consta no plano, havia 76 notificações e 10 casos confirmados de chikungunya na Capital. Em todo o período, foram 932 notificações e 155 casos confirmados.

O vírus da chikungunya causa sintomas semelhantes aos da dengue: febre que começa de forma aguda, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema (manchas vermelhas na pele). A diferença entre as doenças está nas fortes dores nas articulações causadas pelo vírus da chikungunya, muitas vezes acompanhadas de edemas.

Zika

Tratada inicialmente como a menos letal das doenças transmitidas pelo Aedes, o zika gerou pânico por conta de seus efeitos, até hoje estudados, em relação à má-formação de fetos. À doença, foram atribuídos casos de microcefalia. Há evidências que a mãe infectada nos últimos dias da gravidez também pode transmitir o vírus ao recém-nascido durante o parto.

Em dezembro de 2015, a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde) emitiu alerta epidemiológico diante do aumento dos casos de microcefalia no país –o vírus havia sido identificado no líquido amniótico de duas mulheres grávidas, cujos fetos tinham danos neurológicos sérios. Foi quando teve início a epidemia de zika no país, que se estendeu ate 2016.

Em novembro daquele ano, Campo Grande registrou o vírus pela primeira vez, já sendo identificados 466 casos, 27 deles autóctones. No ano seguinte, o total de suspeitas chegou a 3.033, com 155 deles confirmados –apontando transmissão sustentada do vírus na cidade. Também em 2016 tiveram início exames de gestantes, casos graves e síndrome neurológica. Em 2017, foram 27 casos, 100 em 2018 e chegaram a 30 até julho do ano passado. Ao todo, foram 4.045 notificações e 1.771 casos confirmados.

Nesses cinco anos de acompanhamento do zika vírus na cidade, foram confirmados 145 casos em grávidas, 8 deles apurados com amostras de parto (cordão umbilical e placenta). Destes, em um houve aborto e um recém-nascido teve confirmação de microcefalia. Nos demais nascimentos, não houve alterações clínicas.

No total, “houve registro de 13 casos de malformações congênitas relacionadas ao zika, no município de Campo Grande, desde a introdução do vírus, e todos ocorreram no ano de 2016”, anota o documento. Desde o ano passado, são comercializados exames para identificação da doença no país após casos de dengue.

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