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Cotidiano

Denatran vai investigar ‘pedágio’ de R$ 500 mil no Detran-MS para escolher empresas de placas

A prática adotada pelo Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) para credenciar as seis empresas que ficaram responsáveis pelas novas placas Mercosul será alvo de investigação pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). Isso porque o órgão estadual cometeu irregularidade ao exigir em uma portaria que cada empresa candidata apresentasse “garantia” de R$ 500 mil para s...
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O diretor-presidente do Detran
O diretor-presidente do Detran

A prática adotada pelo Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito) para credenciar as seis empresas que ficaram responsáveis pelas novas placas Mercosul será alvo de investigação pelo (Departamento Nacional de Trânsito). Isso porque o órgão estadual cometeu irregularidade ao exigir em uma portaria que cada empresa candidata apresentasse “garantia” de R$ 500 mil para ser selecionada, o que limitou a participação de mais credenciadas.

A irregularidade pode estar associada ao alto custo praticado no valor do emplacamento em Mato Grosso do Sul, já que com mais empresas credenciadas, haveria tendência dos preços baixarem – conforme promessa da direção do Detran-MS anunciada antes da adoção do padrão Mercosul.

O Denatran, por meio do Ministério da Infraestrutura, afirmou ao Jornal Midiamax que desconhece a medida adotada pelo Detran-MS para escolher empresas e apresentar critérios adicionais durante o processo licitatório. De acordo com o departamento nacional, “não há amparo em resoluções ”.

Segundo explicou o Denatran, o artigo 9° da Resolução 780/2019 afirma que os Detrans não podem estabelecer critérios adicionais para credenciamento de empresas, além dos já estabelecidos no “Anexo III da norma do Contran”. Diante das informações, o Denatran destacou que irá apurar os fatos para estudar as providências cabíveis.

Uma das medidas adotadas pelo órgão está inserida na Portaria M de n° 059, no inciso XXV do artigo 17° “que as empresas que pleiteiam o credenciamento deem uma garantia de execução do serviço no momento da assinatura do termo de credenciamento no valor de R$ 500 mil”. A caução prevista pela portaria prejudicou a entrada de novas empresas que buscavam entrar no mercado de emplacamento, o que resultaria em preços mais baixos.

A reportagem procurou o Detran-MS pedindo um posicionamento sobre a medida adotada na escolha das empresas e até a publicação desta reportagem não houve retorno.

Denatran vai investigar 'pedágio' de R$ 500 mil no Detran-MS para escolher empresas de placas
Foto: Divulgação/Revista Quatro Rodas

Promessa em vão e preço mais caro

O novo modelo de placas do PIV (Placa de Identificação Veicular) – ou placa Mercosul – passou a vigorar em Mato Grosso do Sul no último dia 3 de fevereiro. O Detran-MS deixou de realizar o emplacamento e passou a função para as seis empresas terceirizadas disponíveis no Estado, com sedes em Campo Grande, Dourados e .

A promessa do Detran-MS era de que o preço do emplacamento seria mais acessível aos motoristas, mas logo no início dos serviços, o preço já era considerado o mais alto do país, custando entre R$ 280 a R$ 320.

De acordo com o presidente do CRDD-MS (Conselho Regional dos Despachantes Documentalistas de MS), Sebastião José da Silva, um levantamento inicial feito com os presidentes de outros estados mostrou que Mato Grosso do Sul liderava o ranking no preço de emplacamento.

O Detran-MS (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) afirmou que não vai interferir nos preços das placas do Mercosul no Estado e que não se responsabiliza em relação aos valores cobrados.

Segundo o órgão, “os estampadores credenciados deverão realizar, sob sua única, exclusiva e indelegável responsabilidade, a comercialização direta com os proprietários dos veículos, sem intermediários ou delegação a terceiros a qualquer título, definindo de forma pública, clara e transparente o preço total da PIV”.

Durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais do Detran-MS na última semana, o representante da Comissão de Placas do Detran-MS, Arioldo Centurião, também alegou que não é função do Detran-MS regular preço, mas ver se elas atendem aos critérios de credenciamento. “Sobre a questão de preços, hoje temos autarquias e órgãos federais que verificam se os preços são abusivos, então os Procons devem ser acionados. Caso ache que mesmo assim, o proprietário do veículo pode acionar o Ministério Público”, pontuou.

Intervenção do Procon-MS

Quatro das seis empresas que fazem a “estamparia” da Placa Mercosul em Mato Grosso do Sul foram notificadas pelo Procon-MS (Superintendência para Orientação e Defesa do Consumidor), durante na semana passada, devido ao preço cobrado. Desde que foram divulgados, os valores do serviço geraram polêmica, pois são considerados os mais altos do Brasil.

Segundo a Superintendência, a fiscalização foi realizada para verificar a ocorrência de possíveis abusos na fixação de preços e para evitar prejuízos aos consumidores. Os valores do emplacamento com o novo padrão variam entre R$ 280 e R$ 300 no MS.

A partir disso, pelo menos três credenciadas aceitaram reduzir o valor. A estampadora Íons, que executa serviço de emplacamento veicular em MS, reduziu o valor da unidade da placa de padrão Mercosul de R$ R$ 145 para R$ 129, com efeitos imediatos, segundo o Procon-MS.

Com isso, o emplacamento já é encontrado a R$ 258 para o par, valor próximo ao que é praticado, por exemplo, em , onde o mesmo serviço é encontrado a R$ 250. O valor mais alto praticado em MS até então era R$ 320, o que colocava os preços locais como os mais caros do país.

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