Aproximadamente 250 pessoas estão reunidas no Parque dos Poderes, em Campo Grande, neste sábado (1°). Com faixas e apresentações musicais, o grupo decidiu se reunir após deputados derrubarem o decreto n.º 606/2018 que tombava o Parque dos Poderes, ‘ajudando’ o governador Reinaldo Azambuja a desmatar para construir secretarias e estacionamentos no local.

Falando em nome dos Representantes Pela Democracia Ambientalista, o advogado Lairson Palermo contou que a mobilização resultou da revogação do decreto.

Contra 'destombamento' do Parque dos Poderes, grupo fala em levar assunto à Justiça
(Leonardo de França | Jornal Midiamax)

“Uma área tombada não pode ser ‘destombada’ assim do dia para a noite. O processo de tombamento é aberto pela Fundação de Cultura e quem aprova é o Conselho. O Parque tem valor histórico que envolve toda uma área, a vida de uma população”, explicou.

Palermo afirma que o grupo vai tentar a situação para Justiça. “Eles acham que revogando o decreto vão ficar livres, mas estão enganados. Nada impede a sociedade de pedir um novo tombamento”, disse.

Além dos cartazes, o grupo também está elaborando um manifesto por escrito que será entregue na Prefeitura de Campo Grande, na ALEMS (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) e na Justiça.

“O governo não está pensando nas consequências. O Parque funciona como balão de oxigênio, corrente de ventos e habitat dos animais. É o meio ambiente não pode chegar e desmatar, tem impacto na cidade”, desabafou.

Contra 'destombamento' do Parque dos Poderes, grupo fala em levar assunto à Justiça
Grupo reunido pede que Parque dos Poderes não seja desmatado. (Leonardo de França | Midiamax)

“Salve o Parque dos Poderes! Salva a Mata Nativa de MS! Viva a biodiversidade! ”, declara a organizadora do manifesto e coordenadora do movimento Juristas Pela Democracia, Gisele Marques.

Segundo ela, é preciso melhorar as políticas ambientais da cidade e quem está reunido neste sábado é porque ama o local. “Está aqui porque está fazendo sua parte para impedir o desmatamento, não vamos deixar o governo passar a moto serra.  Queremos tocar a mente e o coração do governador para não destruir o Parque’, disse.

Gisele ainda destaca que desmatar a região vai piorar o clima e aumentar os alagamentos da Capital. “A mata nativa não tem ideologia, está aqui como presente para as futuras gerações. Não queremos estacionamento, há outras opções, temos tantos prédios vazios na cidade por exemplo. Queremos sensibilizar a Assembleia”, concluiu.

MPMS

Contra 'destombamento' do Parque dos Poderes, grupo fala em levar assunto à Justiça
Promotor de Justiça Luiz Freitas. (Leonardo de França | Jornal Midiamax)

Também presente na manifestação, o promotor de Justiça Luiz Freitas foi até o local trajando bermuda, tênis e camiseta. “Estou da forma que estaria para curtir a natureza”, fez questão destacar.

“Se o executivo não agir por vontade própria nós vamos escutar a sociedade e faremos uma audiência pública para saber se existem razões técnicas ou de outra natureza que justifiquem tal ação. O Ministério Público vai entrar com uma ação”.